sexta-feira, 3 de agosto de 2012


O Som Eclético de Eumir Deodato
Pianista, Compositor, Arranjador e Produtor Musical', respeitado no mundo inteiro pela critica, público e pela comunidade musical internacional, o brasileiro Eumir Deodato, nasceu no Rio de Janeiro, em 22 de junho de 1943. Aos 12 anos começou a tocar acordeon, depois estudou piano, orques-tração, arranjo e regência através de livros. Seu primeiro trabalho orquestral foi realizado com 17 anos, quando coordenou e con-duziu seus arranjos para vinte e oito músicos. A carreira profissional iniciou-se com as apresentações dos shows de Bossa Nova, em 1959, junto com Rober-to Menescal, Durval Ferrei-ra, dentre outros. Logo, Eumir se transformou em um dos mais respeitados e ativos compositores/pianistas do cenário musi-cal do Rio de Janeiro e do Brasil, gravando com artis-tas como Elis Regina, Marcos Valle, Milton Nasci-mento e Antonio Carlos Jobim.

Em 1964, lançou o LP 'Inútil Paisagem', com músicas de Tom Jobim e fez os arranjos dos primeiros discos de Marcos Valle, Wanda Sá, Wilson Simonal, entre ou-tros. Em seguida, gravou o LP 'Ataque', onde registrou algumas de suas composi-ções, a exemplo de 'Razão de Viver' em parceria com Paulo Sérgio Valle.

No ano de 1967, a convite de Augusto Marzagão, participou da comissão de seleção do 'Festival Inter-nacional da Canção (FIC)', realizado no 'Ginásio do Maracanãzinho (RJ)' e para quem não sabe, foram nas edições deste festival que surgiram grande parte da nata da Musica Popular Brasileira que se conhece hoje, a exemplo do compo-sitor e cantor mineiro, Mil-ton Nascimento. Neste mesmo ano, 1967, Eumir mudou-se para Nova York (EUA), convidado a fazer arranjos para Luiz Bonfá. Depois recebeu outro convite... Fazer os arranjos do álbum 'Beach Samba', de Astrud Gilberto e ainda, foi convidado e contratado por várias companhias para trabalhar nos álbuns de outros artistas, como Frank Sinatra, Roberta Flack e Aretha Franklin, entre outros artistas de peso no cenário da música inter-nacional.

Em 1969, lançou o álbum 'Donato/Deodato', com João Donato (outra fera da música brasileira e mun-dial). Em 1972, gravou o álbum, 'Percepção'. No ano seguinte escreveu arran-jo para um clássico: 'Also Sprach Zara-thustra', de Ri-chard Strauss, tema do filme: '2001: Uma Odisséia No Es-paço', de Stan-ley Kubrick, fai-xa também in-cluída no ál-bum "Prelude" de Eumir, que atingiu a marca de cinco mi-lhões de cópias vendidas e lhe rendeu o prêmio 'Grammy' da música internacional, na categoria de Melhor Perfor-mance Instrumental Pop/Rock e o levou a ser reconhecido internacional-mente, elevando sua carreira musical ao 'Top Line' dos melho-res artista do mundo. A música de Strauss também lhe rendeu outra indi-cação ao Grammy, para concor-rer na categoria de 'Melhor Artista Pop'. Deodato foi homenageado e reconhe-cido por várias publicações, como as revistas: 'Record World', 'Billboard', 'Cashbox' e 'Playboy'. Isso é só uma pincelada sobre o trabalho excepcional trilhado por esse artista brasileiro. A íntegra, você pode conferir agora:

Eumir Deodato ganhou 17 discos de platina como artista, compositor, arran-jador e músico/produtor. Chegou a marca de mais de 35 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo. Seu portfólio ultrapassa 475 discos e aglutina uma discografia com produções invejáveis, que incluem discos compilados com seus trabalhos como mú-sico pianista/tecladista, compositor, arranjador e ou produtor musical. Se come-çarmos por orquestras, Eumir já tocou com várias sinfônicas, como a 'Sinfô-nica de St. Louis'; 'Sinfônica de Cincinnati'; 'Filarmônica de Nova York' e a 'Orquestra de Música Leggera dellÚnione Musicisti di Roma'. Além disso, vários artistas de fama interna-cional, ao longo dos anos foram dirigidos e produzidos por ele ou interpretaram suas composições. A lista é vasta e inclui George Ben-son; Lee Ritenour; Sarah Vaughan; Milt Jackson; Joe Pass; Duke Pearson; Perez Prado; The Emotions, entre outros. Eumir Deodato de-pois de se apresentar no Hollywood Bowl, com o CTI All-Stars Band, formou seu próprio grupo e estreou no Madison Square Garden, em Nova York, no ano de 1973. Depois de sete anos fazendo turnê pelo mundo afora, incluindo a Austrália, Japão, Canadá, América do Sul, Europa e oito turnês de costa-a-costa nos Estados Unidos, voltou aos estúdios, onde atuou como produtor musical para muitos artistas e bandas, a exemplo de Earth, Wind & Fire; Michael Franks; Chuck Mangione; Breakfast Club; The Dazz Band; Pretty Poison; Kevin Rowland; White Lion, entre vários outros. Ainda na mesma época, na década de 70, lançou pelo selo de Creed Taylor - CTI, os álbuns: 'Prelude' (1972); 'Deodato 2' (1973); 'Deodato/Airto in Concert', com Airto Moreira (1974). Em seguida lançou pela MCA Records os álbuns: 'Whirlwinds' (1974); 'Artisty' (1975); 'First Cuckoo' (1975); 'Very Together' (1976) e pela Warner os álbuns: 'Love Island' (1978); 'Knights of Fantasy' e 'Night Cruiser (1979).

A partir de 1979 até 1983, produziu o grupo Pop: 'Kool and the Gang', incluindo a canção 'Celebration'; 'Ladie's Night' e outros sucessos. Nosso artista também trabalhou em diversas trilhas sonoras para filmes de Hollywood, a exemplo de 'The Black Pearl'; 'Ghostbusters II'; 'White Nights'; 'The Gentle Rain'; 'Target Risk'; 'The Reporter'; 'Beat Street'; 'Body rock'; 'The Onion Field'; 'The Girl From Ipanema'; 'The Adventures' (gravada com Tom Jobim e a Orquestra Sinfônica de Londres), teve algumas de suas gravações, incluídas nas trilhas sonoras dos filmes: 'Being There'; 'O Exorcista' e ainda, produziu as trilhas musicais dos recentes filmes: 'Assas-sinato a Sangue Frio'; 'A Pérola Negra'; Caça Fan-tasmas II e 'O Sol da Meia-Noite'.

Eumir na década de 80, também gravou os discos 'Night Cruiser' (1980); 'Happy Hour' (1982) e 'Motion' (1985). Em 1990, lançou os CDs: 'In Concert: Live at Felt Forum'; 'The 2001 Concert' e 'Some-where Out There' (com participações dos voca-listas: Tom Hammer; Tara Kennedy e Joe James). Em 1994, participou como convidado especial, da turnê ao Japão da cantora francesa Clémentine e trabalhou com a cantora islandesa Björk, assinando os arranjos dos discos "Post" (1995), "Telegram" (1996) e "Homogenic" (1997). Participou ainda como tecladista; arranjador ou produtor nos álbuns de Ithamara Koorax ('Almost in Love'); Gal Costa; Titãs ('Vol. II') e Carlinhos Brown ('Omelete man'), entre muitos outros artistas. Em 2000, escreveu os arranjos da trilha sonora do filme 'Bossa nova', de Bruno Barreto. Em 2001, parti-cipou de um Concerto beneficente, na cidade de Nova York, onde tocou apenas a música 'Also Sprach Zarathusta (2001)' e a reação do público foi maravilhosa. Em 2002, trabalhou com Milton Nas-cimento no Rio de Janeiro, onde obteve o Grammy Lati-no com a música "Tristesse" e essa música, recebeu o título de melhor canção do ano no Brasil. Lançou em 2007, o CD 'Eumir Deodato Trio - Ao vivo no Rio', gravado na Sala Cecília Meirelles, Rio de Janeiro-RJ, onde se apre-sentou acompanhado por Marcelo Mariano (contra-baixo) e Renato 'Massa' Calmon (bateria). No reper-tório: 'Also Sprach Zarathus-tra' (Richard Strauss), 'Rhapsody In Blue' (George Gershwin), 'Sabiá' (Tom Jobim e Chico Buarque), 'Berimbau' (Baden Powell e Vinicius de Moraes), 'Dindi' (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) e 'Samba de Uma Nota Só' (Tom Jobim e Newton Mendonça) - com arranjo criado para a trilha sonora do filme 'Bossa Nova' e ainda, "Carly & Carole", uma canção composta para homenagear as cantoras/compositoras: Carly Simon e Carole King.

Em 2010, Eumir se apresentou novamente no Rio de Janeiro, no projeto "Multiplicidade", ao lado do artista gráfico Breno Pineschi. Este espetáculo, foi apresentado no teatro 'Oi Casa Grande' e apontado como um dos 10 Melhores Shows de 2010, pelo jornal 'O Globo' do Rio de Janeiro, edição de 28 de dezembro de 2010.

Visitando mais o Brasil do que de costume, acabou sendo convidado para fazer arranjos e participações em gravações, a exemplo da 'Banda Huaska' e da cantora 'Laura Rizzotto'.

Eumir nos diz: 'Atualmente a Europa não está mais como antes, está completamente difícil de fazer concertos lá', desabafa o músico, se referindo a crise economica mundial que afeta todos os países e consequentemente os setores da produção, inclusive a música...

'A única coisa que achei muito bom, foi o convite para fazer três shows com Al Jarreau, sendo um deles em Milão', confessa e aproveita para fazer uma crítica ao país onde vive há bastante tempo: 'Nos Estados Unidos, a indústria da música praticamente acabou, não é uma questão que esteja em situação difícil... Acabou mesmo!'



Aqui no Brasil, nos próximos meses, Deodato tocará no 'BH Instrumental', em Belo Horizonte-MG; em Ouro Preto-MG; em Manaus-AM e por várias cidades do interior de São Paulo. Perguntamos ao artista qual o segredo, qual o diferencial na sua música para que haja tanto interesse dos gringos, de diversas vertentes da música, na disputa de horários em sua agenda para criações e produções? Eumir respondeu: 'O interesse na minha música, no meu trabalho, talvez se deva pela pegada, pelo swing, balanço, a forma de compor e tocar. Para mim, o mais importante é estar tocando, deixando as pessoas contentes, felizes e satisfeitas' , finaliza.

Seus mais recentes projetos incluem: os arranjos e produções musicais do álbum da cantora de rock francesa: Damien Saez; o álbum da cantora sansei: Lisa Ono e o álbum da cantora de jazz: Ann Hampton Callaway. Eumir Deodato também trabalhou com vários outros artistas recentemente, como Barba-ra Mendes; Ana Carolina; Fernanda Abreu; KD Lang; Marisa Monte; Berry e Cristophe (na França, que figuraram nas paradas de sucesso); Lupe Fiasco (que lançou CD e se tornou o número um nos EUA. Nesse disco está incluída a canção 'Paris-Tóquio' que usa um sample de Eumir, da música 'San Juan Sunset'); com a 'Banda Phish', que também se tornou muito popular e gravou versão do arranjo de Eumir: 'Also Sprach Zarathustra (2001)'.

Eumir, também finalizou, recentemente, para a EMI Records, trabalho com Luz Casal, cantora famosa na Espanha e França - trabalho esse, gravado nos respec-tivos países. Em 2011 trabalhou para o legendário cantor francês, Charles Aznavour e também para o famoso grupo: Berry, que foi lançado em abril de 2012. Além disso, produziu e organizou a carreira da nova cantora Laura Rizzotto para a 'Universal Records' e ainda, gravou seu CD 'The Crossing' em Milão-Itália, com diversos convidados como Al Jarreau; Paco Sery; John Tropea; Airto Moreira; Billy Cobham e outros astros da música mundial. Uma prova da eterna e duradoura influência do brasileiro na música mundial. Seus planos para o momento são: tocar nos concertos ao redor do mundo e produzir novos trabalhos, incluindo um novo álbum.

Eumir e Orquestra em Also Sprach Zarathustra:
http://www.youtube.com/watch?v=Lb7rTiP6dnE

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

André Leonno na Som Livre

André Leonno

Cantor, músico e compositor, André Leonno cursou canto, improvisação e percepção musical no Centro Musical Antônio Adolpho, na cidade do Rio de Janeiro.

Passou um bom tempo à frente de bandas, em festivais, shoppings e bares noturnos, até ser descoberto pelo público no famoso programa de calouros de Raul Gil, nas tardes de sábado da Rede Record. No programa, também ficou conhecido pela história sobre seu recém-comprado violão, que quebrou na viagem a São Paulo. Diante do acontecido, o jurado Paulo Barbosa pensou em presentear André com um novo instrumento, mas voltou atrás quando soube o preço do mesmo, afinal, não era qualquer violãozinho...

André Leonno é admirador confesso de artistas como Roberto Carlos, Djavan , Ana Carolina, Alcione, George Michael e Stevie Wonder, referências para sua carreira, cuja marca é o romantismo. Seu timbre diferenciado foi o que chamou a atenção do público e da mídia nas suas apresentações no Programa Raul Gil, resultando no interesse e no contrato com a Gravadora WEA para seu primeiro álbum-solo.

"A Conquista", título desse primeiro disco, veio recheado de canções românticas e vendeu 130.000 cópias, uma marca impressionante para um primeiro disco de um recém chegado ao meio musical. Do repertório, a faixa "Olha pra mim" foi a mais tocada, constando da grade das principais rádios nacionais e alcançando o primeiro lugar em várias regiões. A faixa "A Conquista", que dá nome ao álbum, entrou na trilha sonora da novela "Joana, a Virgem", da Rede Record - nada mal para quem não almejava sucesso tão imediato.

Recentemente André Leonno se apresentou em um dos mais importantes festivais musicais do mundo, o Festival Musical da "Ilha do Sal", da República de Cabo Verde, onde foi aplaudido por um público de mais de 80.000 pessoas.

Em 2002 recebeu a medalha "Pedro Ernesto", maior comenda da capital carioca, como revelação e artista engajado em ações beneficentes.

Em 2009, André lançou "Coração sem abrigo", seu segundo álbum-solo, dessa vez pela Universal Music, contando com a participação especialíssima do amigo Pe. Fábio de Melo, na faixa "Contrários". Do repertório desse novo álbum, as faixas "Cola Teu Corpo No Meu" e "Coração Sem Abrigo" são as mais executadas em rádios de todo Brasil e a faixa "Guiding Star" firmou-se como tema principal da novela "Amor e Intrigas", da Record.

Como novidade para este ano, o artista está focado num novo projeto de CD e DVD pela Som Livre.

(Assesoria)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

VOZ E VIOLÃO


JÁ ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O SEGUNDO FESTIVAL DE VOZ E VIOLÃO DA ORDEM DOS MÚSICOS DO BRASIL
MAIORES INFORMAÇÕES 21 2240-3073 - ANGÍLICA

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Especial Sertanejo


Música sertaneja: Dois momentos de uma história de sucesso

A trajetória de Milionário e José Rico e de Marco e Mário, duas duplas sertanejas associadas à ABRAMUS que são retratos do gênero musical que conquistou o brasileiro há mais de sete décadas.

A música sertaneja surgiu na década de 1920, abençoada pela criatividade de compositores que faziam as clássicas modas, toadas, cateretês entre outros ritmos. Foi designada como música caipira por se tratar de um estilo que valorizava as histórias do povo do campo e seu jeito de viver. Os anos passaram, o gênero caiu no gosto dos brasileiros e ganhou nova roupagem. A pesquisadora Marta Ulhôa divide a história da música sertaneja em três períodos: de 1929 a 1944, como música caipira (a de raiz); 1945 até os anos de 1960, fase de transição, e finalmente dos anos de 1960 até a atualidade como música sertaneja romântica. Tais mudanças, porém, não interferiram na aprovação do público, cada vez mais heterogêneo.
Na estrada desde 1970, quando gravou o disco Matéria Paga, a dupla Milionário e José Rico contribuiu para a projeção da música e trouxe novos elementos para agradar a todos os ouvidos. "Misturamos guarânia, polca, rancheira e bolero, ou seja, de tudo um pouco", conta Milionário. O começo de carreira da dupla não foi fácil. Tanto que paralelo ao trabalho como cantores, eles tiveram que desempenhar outras funções para ganhar a vida.
Milionário, cujo nome civil é Romeu Januário de Matos, foi pedreiro, garçom e pintor. Enquanto que o José Rico, José Rico Alves dos Santos, jogador em um time inexpressível. As dificuldades fizeram com que eles chegassem a considerar a chance de encerrar a carreira de forma breve. Mas mantiveram-se firmes. "Qualquer um grava hoje, apesar de que precisa ter talento para estourar. Mas quando começamos era mais complicado", conta José Rico.
Três anos depois do lançamento do primeiro disco, a dupla foi contratada pela Continental/Chantecler. O segundo trabalho foi gravado em 1975, mas o sucesso só foi alcançado em 1977, com Livro da Vida. En travam assim, para a galeria dos grandes nomes da música brasileira. Quem não se lembra de Estrada da Vida? A música, até hoje é pedida em apresentações da dupla e virou trilha sonora de boa parte dos fãs.
Segundo Milionário sua inspiração musical veio da mãe. Foi vendo-a cantar que ele aprendeu as primeiras notas. E José Rico, não tem dúvidas, foi o gosto pela música entoada por duplas como Tião Carreiro e Pardinho, Pedro Bento e Zé da Estrada, entre tantos outros, que ele foi desenvolvendo seu tom vocal. Entre as conquistas protagonizadas pelos dois está uma apresentação inesquecível na China, lá nos idos de 1986, ou seja no auge da carreira. "Fomos convidados pelo primeiro ministro do país, para um intercâmbio cultural e levamos nossa mensagem para o outro lado do globo", declara Milionário.
Em 1991 os milhares de fãs foram pegos de surpresa. A dupla Milionário e José Rico resolveu parar de cantar. O motivo? Estavam cansados da carreira. O período sabático durou três anos, tempo em que cada um seguiu um caminho. Milionário chegou a gravar com outros compositores e José Rico, fez álbum solo. Novamente juntos, eles voltaram a brilhar e mantém a trajetória, lotando os shows pelas cidades onde passam. "O importante mesmo, é que o que criamos é tão único, que não faz diferença cantar para 10 ou para 100 mil", avalia José Rico. Prestes a completar 40 anos de estrada, eles contabilizam 27 álbuns gravados, dois filmes (Estrada da Vida e Sonhei com Você) e o comando de um programa de televisão, em 1989, no SBT.



Nova geração
Inspirados por grandes ícones da música sertaneja, os irmãos Marco e Mário, começaram a cantar juntos há cinco anos. Como os pioneiros, Milionário e José Rico, eles não tiveram um início de carreira fácil. Começaram tocando em bares e boates, com outras bandas, em empresas, enfim, iam para todos os lugares onde eram chamados. O talento dos jovens de Uberlândia acabou se propagando através do boca a boca além da fronteira do Triângulo Mineiro. "A música sertaneja sempre foi nosso estilo preferencial. Crescemos ouvindo esse tipo de música. É da nossa raiz", explica Marco.
Com poucos recursos, eles gravaram o primeiro trabalho na raça. O CD sequer foi distribuído nas lojas. O ganha-pão era graças aos shows, que não faltavam. A fama dos irmãos Marco Aurélio e Luiz Mário de Abreu e Freitas acabou chamando a atenção da gravadora Sony Music que enviou profissionais para assistirem uma apresentação da dupla em Minas. Há cerca de 4 meses eles assinaram contrato com a gravadora, onde lançaram o CD Marco e Mário ao Vivo.
O público que comparece ao show dos irmãos também está aumentando. "Em Patos de Minas tivemos 5 mil pessoas, depois esse número subiu para 20 mil em Camaru e 30 mil em Uberlândia", explica Marco que diz que está vivendo um sonho. Segundo ele, a música Flecha do Cupido - música de trabalho do CD homônimo - está tocando nas rádios de todo o país. Agora eles estão a mil, rodando em turnê pelo país. Segundo ele, a música que fazem é um sucesso por ser uma junção da sertaneja tradicional, com a romântica e a universitária.
Um detalhe que Marco faz questão de lembrar é que ao contrário do dito popular, santo de casa faz milagre, sim. "Somos a primeira dupla sertaneja de filhos de Uberlândia a estourar em nossa terra. O Bruno e Marrone estouraram aqui, mas são de fora, assim como o Victor e o Leo", observa Marco. E quanto ao futuro? Bem por hora eles vão trabalhar na divulgação do trabalho e na próxima música do novo álbum que vão divulgar ‘Marvada Pinga’ (Zenaide). "A letra conta a história de um homem que trocou a mulher pela cachaça", finaliza Marco. (Assessoria de Imprensa - ABRAMUS - Ana Beatriz)





Mais um sucesso de Gino e Geno

Geraldo Alves dos Santos, o Geno, nasceu em Pedra do Indaiá, interior mineiro; Gino, Sebastião Ribeiro de Almeida, nasceu em Itapecerica, também no interior de Minas Geraes. Aos 9 anos compôs sua primeira música 'Em Maio faz 4 anos'. Essa dupla faz sucesso há décadas e é considerada por muitos como um grande marco da música sertaneja.
Não há como negar. A dupla GINO & GENO está entre as mais populares do Brasil. Com 39 anos de bem sucedida trajetória, os cantores lançam pela EMI seu 23º disco, PODE CHAMAR NÓIS que, a exemplo dos outros lançados pelos cantores, se caracteriza pelos temas bem humorados.
O repertório do novo CD PODE CHAMAR NÓIS abre com Tô Voltando (Rick), batidão country que fala de um homem apaixonado que retorna para os braços da amada. Com Dinheiro é Mole (Kadu Ferraz/Rick) é um divertido sambanejo, com letra gostosamente maliciosa. Só Dou Amor (Kadu Ferraz/ Rick) é outro sambanejo, que trata na letra sobre a vantagem do verdadeiro amor sobre o dinheiro. A faixa título, Pode Chamar Nóis (Rick), autêntico 'limpa banco', tem como tema a festa, a farra. Aliás, falou em festa, é com eles! GINO & GENO não negam fogo. Enche a Cara e Chora (Rick), vanerão sambado dos bons, traz como mote a tristeza que a dor da partida causa. Outro Porre (Rick) é uma vanera que tem como tema a solidão.A balada Sina (Rick/Alexandre), como o próprio título diz, tem como mote o destino do homem simples. A letra é belíssima e a melodia, extremamente envolvente.
O sambanejo volta a dar o tom no divertido Tá No Papo (Kadu Ferraz/Rick), com refrão daqueles que grudam fácil no ouvido e que tem tudo para se tornar sucesso. O assunto aqui é a artimanha para se conquistar um grande amor. Quem Te Ligou (Rick) é outro 'limpa banco', que fala de saudade e solidão. Aí é Só Bebendo (Kadu Ferraz/Rick) é um vanerão sambado que traz como mote o fato de que para suportar certas coisas, só tomando uma... É sucesso na certa! Tá Na Mão (Kadu Ferraz/Rick) é outro vanerão sambado com letra gostosamente maliciosa, que vai pegar fácil, fácil. O country pop Fica Nervoso Não (Jorge Moisés) tem até toques de hip hop e letra bem humorada, que fala do quão inútil é esquentar a cabeça com certos dissabores. Fechando a festa, o sambanejo Cachaceiro (Eduardo Costa/Chico Amado/Alex), que esclarece de uma vez por todas a diferença entre quem produz e quem consome uma branquinha...
PODE CHAMAR NÓIS é produzido por Rick (da dupla com Renner), fã assumido de GINO & GENO, e que vem assinando os discos recentes da dupla. GINO & GENO cantam a alegria, a simplicidade, e o fazem como poucos. Não é à toa que estão na estrada há 39 anos. Só a verdade se sustenta tanto tempo. (Asessoria de Imprensa)




terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ricthie de volta


"Outra Vez - Ao vivo no estúdio"

É o primeiro, lançamento, ao vivo do cantor e compositor Ritchie, celebrando 26 anos de carreira. O CD, DVD e Blu-ray - primeiro Blu-ray nacional de artista individual - traz hits com releituras, além de duas músicas inéditas - a canção título, "Outra Vez" fruto da primeira parceria com Arnaldo Antunes e "Cidade Tatuada" com letra de Fausto Nilo. Ritchie que sempre teve olhar voltado para o futuro, resolveu comemorar com retrospectiva ao vivo, conciliando com o lançamento da Edição Comemorativa de 25 Anos de "Voo de Coração", seu primeiro disco pela Sony Music.
Do disco de estréia, "Voo de Coração" de 1983, foi regravada "Menina Veneno", "Pelo Interfone", "Casanova", "Voo de Coração" e "A Vida tem Dessas Coisas". Do segundo disco, "E a Vida Continua", Ritchie detonou com "A Mulher Invisível" e "Só Pra o Vento". Do seu terceiro LP, "Circular", de 85, aparece "Nesse Avião". As baladas "Transas" e "Loucura e Mágica" são do disco homônimo de 87. "Lágrima Demais" pinçada do último disco de inéditas, "Auto-Fidelidade", de 2002. Para as releituras Ritchie regravou "Fala" - sua participação no disco tributo aos Secos e Molhados de 2003. Em "Shy Moon" cantada originalmente em dueto com Caetano Veloso, no seu disco "Velô" de 84, Ritchie criou novo arranjo. Outra regravação especial é "Mercy Street", de Peter Gabriel, onde Ritchie emprestou sua voz na época, para a trilha da mini-série da Rede Globo "O Sorriso do Lagarto".
O diretor de cinema, Paulo Henrique Fontenelle é responsável pelas imagens em alta-resolução (FullHD 1080p) e acrescentou aos extras, do DVD, o documentário, "A Vida Tem Dessas Coisas", contando a trajetória do artista desde criança até hoje. Há depoimentos de novos e antigos parceiros - Bernardo Vilhena, Lobão, Arnaldo Antunes, Lauro Salazar e Steve Hackett, entre outros. O "Making of", foi dirigido por Bernardo Mendonça sobre os bastidores da gravação. Outra novidade é a estréia do selo do artista, PopSongs que é responsável pela produção, em parceria com o Canal Brasil e Estúdios Visom Digital.
Richard David Court nasceu em 6 de março de 1952 no Beckenham, no condado de Kent, no Sul da Inglaterra. Morou em diversos países como Quênia, Dinamarca, Itália, Alemanha e Escócia, além de várias localidades da Inglaterra. Em 1972 conhece em Londres um grupo de brasileiros, alguns integrantes dos Mutantes, que o convencem a vir para o Brasil. Se fixa, a princípio, em São Paulo onde monta a banda Scaladácida. Com a dissolução da banda, no final de 1973, muda-se para o Rio de Janeiro com a mulher, a arquiteta e estilista carioca Leda Zuccarelli. No Rio de Janeiro passa a dar aulas de inglês para vários artistas. Participa de várias bandas como flautista e vocalista, exemplo de 'A Barca do Sol' durante dois anos, até começar a atuar como cantor no grupo Vímana. Em entrevista exclusiva em seu apartamento, no Rio de Janeiro, pudemos saber um pouco dessa história.

Reportagem e fotos por Elias Nogueira

Canções novas
"Outra Vez", minha primeira parceria com Arnaldo Antunes e "Cidade Tatuada", com letra de Fausto Nilo. Com Arnaldo foi uma delicia! Conhecia dos bastidores e sempre foi muito querido e gentil, sempre que posso vejo seus shows. Tinha feito uma música com notas espaças. Para fazer a letra tinha que ser uma pessoa de muita habilidade com as palavras! O Arnaldo é um malabarista das palavras e era isso que eu que ia. Ele foi perfeito para esta música. O Dadi (Carvalho) havia me falado que ele era muito ocupado e demorava muito a responder - até um ano. Mandei meses antes de fazer o disco e ele me respondeu em 24 horas. Foi combustão espontânea. O Fausto é urbanista arquiteto de Fortaleza e um tremendo letrista, vários já gravaram suas músicas. Ele veio aqui em casa, ficou olhando as pinturas de minha filha que faz umas intervenções urbanas. A conversa fluiu com a idéia do grafite moderno. Ninguém paga para ouvir música - a idéia foi essa, um paradigma.

Mercy Street
Era a canção de abertura do seriado 'Sorriso do Lagarto' que se transformou num pequeno sucesso e agrada ao público em geral. Peter Gabriel, autor da música, liberou para mim! Temos muitas identificações musicais até porque, somos britânicos. Na gravação da trilha do seriado da Globo a voz era a minha.

Projeto
Produzi junto com o Carlão (Carlos Andrade), o mesmo que produziu 'Voo do Coração" na Som Livre. Ele é um parceirão!
Ao vivo dentro do estúdio
Tínhamos uma noite para gravar e a estrutura logística estava amarrada. Um disco ao vivo teria um custos em torno de um milhão de reais e nós gastamos menos de cem mil. Sem o Carlão oferecendo o estúdio, sem o Canal Brasil dando visibilidade, estrutura e pagando a conta, nada teria acontecido.

Primeiro contato com músicos brasileiros em Londres
Este encontro foi muito casual e importante, foi o que fez com que eu viesse para o Brasil. No verão de 1972 - Liminha, Rita Lee e a Lúcia Turnbull estavam comprando um Melotron para o Arnaldo Baptista, em Londres. Nos encontramos por acaso. Nunca tinha ouvido falar deles, mal tinha ouvido falar do Brasil. Nomorei a Lucia, que levou a Rita e o Liminha para o estúdio onde eu estava gravando. Acabamos amigos e dessa loucura toda surgiu o convite para visitá-los no Brasil - convite de brasileiro "Quando você for ao Brasil pinta lá em casa". Eu tinha um dinheirinho guardado, presente de aniversário, comprei as passagens de ida e volta para o Brasil. Fiquei hospedado na casa de minha namorada, Lucinha. Quando cheguei ao Brasil pude ver que os Mutantes eram maiores do que imaginava, acabei virando fã deles. Eles me indicaram uma banda em São Paulo que acabou sendo batizada de Scaladácida. Cheguei a retornar para Londres e conheci minha atual mulher, que me convenceu a voltar para o Brasil, acreditando que meu futuro estava lá. Aquele encontro casual com os Mutantes mudou minha vida!

Soma e A Barca do Sol
- Participei das duas bandas. No Soma sei que teve uma gravação no MAM (Museu de Arte Moderna), num evento dos diretos humanos, aquele que o Chico Buarque subiu no palco e só o público cantou. Isso em 1973/74. Fiz poucos shows, mas este evento foi registrado em disco. Estava querendo me entrosar com a música brasileira. Sabia que tinha um grupo chamado A Barca do Sol e que estavam procurando um flautista. Fiquei na banda entre o primeiro e o segundo disco, nem cheguei a gravar, logo fui expulso do grupo. Na verdade eu não sou flautista de ler partitura. Queria ser cantor, mas como eu cantava mal em português, tive que me segurar com a flauta. Tomei aulas com Paulo Moura, mas nunca fui instrumentista virtuoso, sou cantor.

Vímana
- No mesmo período Lulu Santos e Luís Paulo tinham uma banda chamada Vímana junto com Fernando Gama e o Candinho, que estavam saindo do grupo brigados com o Lulu. O Luís Paulo e Lulu haviam assistido eu cantar no Scaladácida num show que abrimos para a volta de a Bolha, aqui no Rio. Fui convidado para o Vímana. Inicialmente eram sete ou oito músicas cantadas em inglês e algumas em português. O Lulu não cantava muito, ele se dedicava mais aos solos de guitarra. Era uma banda muito rococó, muito progressiva e de muito improviso. Quando integrei o grupo, o Lobão entrou logo depois e acabamos acompanhando Marília Pêra numa peça (Monólogo), onde éramos a banda de apoio. O Vímana acabou quando o Patrick Moraes "O anjo da morte" veio - foi como ele ficou conhecido. O Patrick bagunçou nossa estabilidade. O fato é que ele queria estar no Brasil, ensaiar com uma banda competente, que fizesse seu gênero. Acabou nos prometendo uma turnê pela Europa e tudo mais! O Lulu contestou muito, de outro lado eu achava uma oportunidade tocar com nosso ídolo e isso gerou briga. O Vímana acabou quando o Lulu saiu da banda e nós continuamos tocando com Patrick por mais um ano. Valeu como aprendizado, mas criou uma mágoa enorme no Lulu.

Antes do sucesso
Depois disso fui para Londres trabalhar com o Jim Capaldi, cheguei a fazer a co-produção do disco dele em 1980. Depois que o Trafic se desdez, Jim veio morar no Brasil, e casou-se com uma brasileira. Na época eu tinha um gravador de rolo que o irmão do Serginho Dias (Mutantes), o Cláudio Dias Baptista, tinha modificado para eu fazer um multi-track - que era uma novidade. Chegamos a fazer várias demos juntos. O Jim mostrou estas gravações em Londres e me mandaram as passagens. Fiquei lá quatro meses gravando o disco "Let the Thunder Cry" (1981).

Menina veneno
Sonhei e acordei com a música na minha mente. Gravei uma demo com o Liminha (em 82). Bernardo Vilhena já era meu parceiro desde os tempos do Vímana, era ele quem fazia as traduções do inglês para português das músicas. Liminha mostrou para o André Midani ou para alguém da Warner que não gostou. O Mayrton Bahia fez a mesma coisa na EMI. O Carlão mostrou para o pessoal da Som Livre. Gravamos no porão da Warner. O vocal de "Voo do coração" foi feito no banheiro, com o guitarrista Steve Hackett do Gênesis, Liminha no baixo - ninguém se interessou. Fernando Adour que produtor musical, arranjador que trabalha com monstros sagrados da música, foi ao estúdio ouviu e disse que a CBS, estava querendo um artista de rock e achou que o produto se encaixava. No dia seguinte Cláudio Conde da CBS me telefonou me convidando a ir na gravadora - fui contratado. Mesmo assim não foi de imediato, a reação inicial no Rio e SP foi negativa, eles achavam que a música era uma porcaria e não ia acontecer. Gravaram uma fita de rolo e mandaram para o Nordeste. Três dias depois, eu estava no escritório do Cláudio Conde quando um representante da grava dora em Recife telefonou e o Cláudio colocou a ligação em viva-voz para todos ouvirem. O cara estava desesperado pedindo um compacto porque estava uma loucura, a música era tocada quatorze vezes por dia em todas as rádios. Imprimiram uma capa para o compacto e chegou a vender 500 mil cópias em três semanas,

Roberto Carlos
Acontece que naquele ano o Roberto Carlos fez um disco aquém de suas expectativas, foi um dos primeiros discos dele que não chegou à marca de um milhão de cópias. Começaram a dizer que o Ritchie era o novo Roberto Carlos e era uma coisa muito incômoda, criou mal estar dentro da gravadora. Já no segundo disco perdi todo o apoio que tinha, ficou tudo mais difícil. Cheguei a fazer três discos, meu contrato era para quatro, mas o clima tinha ficado tão chato que não estavam trabalhando mais os meus lançamento. Pedi demissão e eles ficaram me devendo o quarto disco. Quinze dias depois eu estava em primeiro lugar com "Transas", na Polygram. O Tim Maia lançou este petardo dizendo que foi o Roberto Carlos que me derrubou, na revista Veja. Não acredio. Hoje, Roberto Carlos me chama para o camarim, me trata muito bem e até me beija! É uma pessoa que me trata com muita elegância e sempre me chama para tirar foto com ele. A Wanderléa uma vez me falou que o Roberto quase furava meu disco de tanto escutar. No período que eu fiquei na Polygram passaram três diretores. Veio o plano Collor, e o meu diretor artístico, Mariozinho Rocha, saiu e foi para TV Globo.

Erasmo Carlos
- Fiz uma música com ele "Onde que Eu Errei?"- saiu no disco "Auto Fidelidade". Foi uma honra

Tigres de Bengala
É um disco de músicos de primeira linha:Vinicius Cantuária, Dadi Carvalho, eu, Billi Forgheri, Cláudio Zoli e Mu Carvalho. O projeto foi muito audacioso e as nossas afinidades musicais não permitiam uma simbiose melhor, faltou cola. Cada um tinha suas vertentes musicais diferentes. Quando o disco ficou pronto era quase que exclusivamente de composições minhas e do Vinícius Cantuária. Éramos os mais dedicados no projeto, os demais deixavam de comparecer com freqüência aos ensaios. Era complicado arregimentar todos de uma só vez, uns participavam mais do que os outros. E quando chegávamos com as músicas prontas, os outros reclamavam que gostariam de ter participado mais do disco. Tínhamos um disco para fazer e alguém tinha que fazer as músicas, eles não compareceram. Enquanto que eu e o Vinícius nos encontrávamos diariamente e as músicas saiam naturalmente. Foi muita indiferença da gravadora - o disco foi remixado umas oito vezes, à revelia da banda. Quando ouvimos estava completamente diferente do que tínhamos feito. Eles gastaram uma fortuna para promover uma festa, que na deveria promover o disco. Usaram para fazer promoção da gravadora e não sobrou nada para poder levar o projeto adiante.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009




Marcelo Crivela FALA

Com a agenda lotada de compromissos, entre uma reunião e outra, o Senador/Cantor/Compositor e Pastor Marcelo Crivela concede entrevista exclusiva ao jornalista Antonio Braga. Dentre outros assuntos, Crivela revela seus projetos como parlamentar, elogia o Presidente Lula e fala de sua carreira artística.

Existe um projeto seu sobre a Renovação das Concessões apenas para rádios adimplentes. Em que estágios está esse Projeto?
Está num estágio inicial e encontra resistência de alguns Senadores que são donos de emissoras de rádio e não querem pagar o Ecad. Seria importante que os artistas se mobilizassem para ajudar o projeto a andar. Segundo ouvi, 37% do Senado tem interesses diretos ou indiretos com rádios e esses acham que a cobrança dos direitos autorais é injusta. O político só consegue avançar nessas questões se tiver o apoio da classe interessada. Outras categorias mais politizadas, como a dos trabalhadores metalúrgicos, por exemplo, levam suas questões aos políticos e fazem pressão para que as coisas aconteçam. Os artistas são diferentes, são poetas, acham que as coisas vão se resolver como a chuva cai do céu ou como o sol nasce a cada manhã. Tem também aqueles artistas, já consagrados, que acham que vão bater de frente com emissoras de rádio e televisão e aí não vão mais tocar as músicas deles. O que deveria também acontecer é uma iniciativa de apoio ao projeto por parte das emissoras que pagam os direitos autorais, pois elas estão pagando pelas inadimplentes. Quanto maior o número de emissoras pagando menor fica o valor do ponto. Na época, apresentei o projeto ao Gilberto Gil, que era ministro, e poderia tornar esse projeto uma medida provisória, mas ele não o fez.

Carlos Colla e Michael Sullivan são seus parceiros mais constantes. Como começou a parceria com esses grandes autores?
O Sullivan... fomos vizinhos há muitos anos, no condomínio Santa Mônica (Barra da Tijuca). E, aí começou o contato. Depois gravei uma música dele chamada "Amor Maior" no CD que fiz pela Sony Music. A partir dali passamos a compor juntos. Mais tarde tive a oportunidade de ir com ele à Fazenda Nova Canaã onde passamos alguns dias e os nossos laços se estreitaram. Ele me ajudou muito a concluir esse projeto fazendo muitos shows por todo o Brasil. O Colla eu conheci mais tarde, através do Sullivan. Fizemos algumas parcerias, há uns 10 anos, quando estava gravando o CD 'Coração a Coração'. Foi uma afinidade muito grande, pois temos a mesma visão de Brasil.

Qual foi seu maior sucesso? Em que ano aconteceu? Quanto rendeu?
Eu não saberia dizer qual foi o maior sucesso. O CD que mais vendeu foi o 'Mensageiro da Solidariedade', na época que estávamos construindo a Fazenda Canaã - o primeiro pela Sony Music - que vendeu um milhão e meio de cópias. Antes dele também tive um CD que vendeu mais de um milhão de cópias, pela Line Records, 'Perfume Universal' e acho que essa é a música de maior sucesso, pois tem versões em várias partes do mundo.

O senhor já esteve entre os autores de maior rendimento junto ao Ecad, ficando atrás apenas de Roberto Carlos. Atribui esse sucesso ao crescimento da música gospel ?
Atribuo isso a imensa generosidade do público gospel que, evidentemente, cresce na mesma proporção que a qualidade da música gospel evolui.

Quantos discos o artista Marcelo Crivella já vendeu até hoje?
Mais de 10 milhões - contando aqui e na África. Na África ganhei um disco de ouro gravado pela EMI, em 1997/98.

Vamos entrar um pouco em política, já que o artista Marcelo Crivela também é Senador da República. Como o Senador está posicionado referente à pirataria?
Há um grande esforço no congresso para conter a pirataria, que não ajuda ninguém e prejudica os autores, os músicos, a indústria fonográfica e o governo. Quando alguém compra um produto pirata está prejudicando todo mundo e a si mesmo. Está admitindo um crime, e fazendo parte da marginalidade que cresce no país. Falta consciência coletiva. Isso aumenta a pobreza. O Governo Lula tem dado uma boa contribuição para abaixar a pirataria com o aumento de emprego. Na crise que nós tivemos do petróleo, na década de 70, aumentou em um milhão o número de pobres no Brasil. Na época da hiperinflação, do Presidente Sarney, aumentou em dois milhões. Na época da crise cambial, do Presidente Fernando Henrique Cardoso, aumentou em milhares o número de pobres. Com o Lula, mesmo com a crise financeira mundial acentuada, nós criamos empregos. No mês de setembro criamos 250 mil empregos com carteira assinada. O Governo Lula é campeão em geração de empregos. Diminui a pobreza, diminui a pirataria.

O Projeto Canaã, sustentado, inicialmente, pela venda de seu primeiro disco, hoje é modelo para quaisquer outros projetos que vise aproveitar terras do semi-árido nordestino. O governo, a partir do seu empreendimento, fez alguma coisa semelhante pelo nordeste? O que faltou, na sua opinião, para que outros 'Canaãs' acontecessem?
Eu conversei com duas pessoas importantes sobre a reforma agrária brasileira e sobre a Fazenda Canaã: uma foi o Presidente da República e o outro foi João Pedro Stédile (líder do MST). O Stédile ficou maravilhado. Hoje no Brasil existem seis mil assentamentos da reforma agrária, a maioria deles são favelas rurais, onde não têm assistência médica, não têm formação técnica, não têm apoio à produção. O Projeto Nordeste deu um exemplo para o país de que é possível fazer. Ali as casas são de qualidade, tem restaurante que serve a todos, as crianças estudam numa escola que nem no Rio de Janeiro existe uma escola pública semelhante. Tem transporte escolar. As crianças têm café da manhã, almoço, lanche à tarde e ainda levam para casa o pãozinho (um saquinho de pão). Todas têm uniforme, que é lavado e passado na lavanderia da escola (porque na casa delas não tem água); tratamento dentário; oftalmologistas; piscinas (uma delas olímpica); campo de futebol; brinquedoteca; aula de teatro; aula de computador enfim, elas têm acesso ao que há de melhor na educação: da pré-escola ao ensino fundamental. O Stédile me disse que não há em nenhum assentamento da reforma agrária uma escola como a nossa. Lula prometeu ir conhecer. Está devendo essa...

No coração, quem fala mais alto: Marcelo Crivela Senador, ou Marcelo Crivela Artista Gospel?
É o Pastor, que canta levando as pessoas ao encontro de Deus.

Como andam as obras do Projeto Morro da Providencia?
Muito bem! A idéia do Cimento Social é unir a cidade do Rio, que a exemplo de muitas outras no Brasil está dividida em duas, dentro de si mesma. Duas irmãs siamesas e monstruosas, que não vivem uma sem a outra. De um lado rica, do outro, abaixo da linha da pobreza. De um lado uma cidade formal e bonita e, nu-ma distância constrangedora, as favelas indignas, onde crianças crescem com o estigma de cidadãos de segunda, vivendo uma sub-vida, num sub-mundo de frustrações. Daí vem a violência, que faz de todos nós reféns e atrasa nosso desenvolvimento econômico, social e cultural. A idéia do Cimento Social é ajudar as famílias que residem nas favelas a terminarem suas casas com estabilidade estrutural e funcionalidade arquitetônica - dentro da realidade local. Tenho realizado obras no Morro da
Providência (primeira favela do Brasil) com recursos próprios, para estabelecer um exemplo viável para os governos estaduais e municipais do Brasil.

Marcelo Crivela por Marcelo Crivela.Um inconformado em ver que num país tão bonito e rico existe e persiste tanta miséria. Entrei para a política para construir um Brasil mais justo, um Brasil menos desigual. E isso começou com o governo do Presidente Lula e espero que continue com a Ministra Dilma.

sábado, 23 de maio de 2009

20 anos sem Raul Seixas


Raul Seixas: Maluco Beleza
ou Doido Varrido?

Em agosto fará 20 anos que Raul ascendeu. Do final dos anos 60 ao final dos anos 80, Raul Seixas conquistou um elevado número de fãs, quase todos bichos-grilos, que embarcaram na sua música como se embarca numa religião. Até hoje, seus fãs pedem aos músicos da noite para tocarem músicas de Raul.
A obra é eterna, as frases são eternas, o cara é eterno. Salve Raul!!


aul Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 - São Paulo, 21 de agosto de 1989).

Filho de Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas, nasceu e cresceu na cidade de Salvador, com seu irmão, quatro anos mais novo, Plínio Seixas.
A música no rádio daquela época era de Luiz Gonzaga, e nas viagens, quando acompanhava seu pai (inspetor de ferrovia), ouvia ‘repentes’. Tímido, o rapaz vivia lendo e compondo. Queria ser escritor, até o Rock n'Roll aparecer em sua vida. Encanta-se com Elvis Presley nas telas do cinema e resolve imitá-lo.
Com amigos, monta "Os Relâmpagos do Rock", banda cover que logo muda de nome: "The Panters", e depois, finalmente, "Raulzito e os Panteras". Chegaram a ser a banda de rock mais bem paga de Salvador. Acompanhavam artistas de nome que iam fazer shows na Bahia, entre eles: Roberto Carlos, Jerry Adriani e Wanderléia. Jerry Adriani o convida para ir ao Rio de Janeiro para gravar um disco pela gravadora Odeon, em 1967. O disco não foi bem e Raul voltou para Salvador. Casou e abandonou a música por algum tempo. Dois anos depois conseguiu emprego de produtor na CBS (hoje, Sony Music), onde trabalhou com artistas como o Trio Ternura, Renato & Seus Blue Caps, Leno, Jerry Adri-ani, Sérgio Sam-paio, Diana, entre outros. Também compõe mais de 80 músicas para a Jovem Guarda, alguns hits, como: 'Doce, Doce, Doce Amor', 'Sha-la-la-la', 'Tudo que é bom dura pouco', 'Ainda queima a esperança', entre outras.
Escondido do presidente da companhia, Evandro Ribeiro, grava seu segundo LP (Sociedade da Grã-Ordem Kavernista: Apresenta Sessão das 10), em que faz parceria com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. Raul foi expulso da empresa em julho de 1971 e o disco retirado do mercado.
No ano de 1972 participou do VII FIC (Festival Internacional da Canção), promovido pela Rede Globo, e conseguiu a classificação de duas músicas, "Let me sing" (um misto de baião e rockabilly), onde imitava Elvis, e "Eu Sou Eu, Nicuri é o Diabo".
Em 1973, Raul estourou com o compacto "Ouro de Tolo". Contratado pela Philips (atual Universal Music), lança o LP Krig-Ha, Bandolo, contendo faixas como: Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa, Ouro de Tolo, Al Capone, dentre outras. Sucesso nacional. A história desse Lp é no mínimo curiosa. Depois de Raul ler na revista '2001' uma matéria sobre discos voadores, convidou o editor do periódico para um bate papo onde acabaram por trocar figurinhas, mostrando músicas e letras. Ali nascia a parceria de Raul com o editor Paulo Coelho. Paulo também levou Raul para conhecer uma sociedade secreta, a 'Argentum Astrum', AA. Organização filosófica anti-religiosa e cheia de rituais, baseada nos ensinamentos do bruxo inglês Aleister Crowley (1875 - 1947). Em sua época, Aleister foi marginalizado e chamado de "o homem mais perverso do mundo" - a "Besta 666". Seu trabalho consistia em revelar segredos de livros mágicos e propor uma nova ordem social. Sua obra central chamava-se O Livro da Lei. O disco 'Krig-Ha, Bandolo' foi baseado nessa experiência que influenciaria Raul pelo resto da vida. Trechos do livro foram praticamente copiados e/ou adaptados em algumas letras de Raul/Paulo como: 'Sociedade Alternativa' e "Liber Oz" (gravada 14 anos depois, com o nome de "A Lei"). Era demais para aquela época. Em 1974, após divulgar a Sociedade Alternativa nas suas apresentações, acabou sendo preso e torturado pelo DOPS, exilando-se nos Estados Unidos. Os fãs o consideravam um guru e até lhe atribuíam curas etc. Raul e Paulo planejaram montar uma cidade. Loucura? idealismo?
Novo compacto estoura nas rádios: "Gita" (letra inspirada no Bhagavad-Gita , a mais popular das escrituras sagradas da Índia) em julho de 1974. ‘Gita’ vendeu 600.000 cópias, primeiro disco de ouro e o roqueiro teve que retornar ao Brasil. Neste ano separa-se de sua primeira mulher, Edith Wisner, com quem teve uma filha, Simone.
Em 1975, casa-se com Gloria Vaquer, e grava o LP "Novo Aeon", onde Raul compôs outro grande sucesso 'Tente Outra Vez'. No ano seguinte lança o disco "Há Dez Mil Anos Atrás", recheado de clássicos. Nasce Scarlet, sua segunda filha.
Em 1977, Cláudio Roberto sobrevivia dando aulas de inglês e vendendo mocassins nas feiras hippies da cidade, quando Raul o convidou para comporem juntos. Cláudio e Raul passaram três meses trabalhando no novo repertório. O Lp 'O Dia em que a Terra Parou' foi lançado com todas as regalias que um artista poderia querer, contendo faixas como: "Maluco Beleza", "O Dia em que a Terra Parou", "Rock das Aranhas", "Aluga-se" etc.
Devido ao grande consumo de álcool Raul perdeu 1/3 do pâncreas. Glória vai embora para os EUA levando Scarlet. Conhece Tania Menna Barreto, com quem passa a viver. Um ano depois, em 1979, separa-se de Tania. Casa-se com Angela Affonso Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira. Em 1980, assina contrato com a CBS, onde lançou apenas um álbum (Abre-te Sésamo). Em 1981 nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika. Lança 'Raul Seixas', em 1983, e, 'Metrô linha 743', em 1984 e o livro As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor. Separa-se de Kika Seixas, em 85. Faz um show, em 1° de dezembro deste ano, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco outra vez no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova.
Grava pela Copacabana, o disco 'UAH-BAP-LU-BAP-LA-BEIN-BUM', em 1987, Casa-se com Lena Coutinho. Nesse ano faz participação no Lp "Duplo Sentido" do Camisa de Vênus, de Marcelo Nova.
Um ano mais tarde, separado de Lena, faz seu último álbum solo (A Pedra do Gênesis). A convite de Marcelo Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco.
No ano de 1989, faz turnê com Marcelo Nova - mais de 50 apresentações pelo Brasil e com ele grava o disco ‘A Panela do Diabo’, lançado um dia após sua morte. Raul faleceu no dia 21 de agosto de 1989, aos 44 anos vítima de parada cardíaca.
O LP A Panela do Diabo vendeu 150.000 cópias - disco de ouro póstumo.
Depois de sua morte foram produzidos vários álbuns póstumos, como O Baú do Raul (1992), Metamorfose Ambulante (1993), Documento (1998), Anarkilópolis (2003) e Raul Seixas - Série BIS Duplo (2005). Kika Seixas, produziu o livro: O Baú do Raul, baseado em escritos dos diários de Raul desde os 6 anos de idade até a sua morte.

Momento marcante
Depois de passar algum tempo sem gravar, Raul foi chamado por Augusto César Vanucci para estrelar um especial infantil da TV Globo chamado Plunct Plact Zum, interpretando o personagem Carimbador Maluco. Animado, compôs um tema infantil, inspirado na filha Vivian, de 2 anos. O sucesso da inocente canção rendeu mais um disco de ouro. Raul, vestido de Carimbador Maluco, cantou no estádio do Maracanã, na festa de chegada do Papai Noel, ao lado da Turma do Balão Mágico e dos Trapalhões.

"Ninguém morre,
as pessoas despertam
do sonho da vida."
Raul Seixas

Discografia
1968 - Raulzito e os Panteras
1971 - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star)
1973 - Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock
1973 - Krig-Ha, Bandolo!
1974 - O Rebu (Trilha sonora original - Raul Seixas & Paulo Coelho)
1974 - Gita
1975 - 20 Anos de Rock (Reedição de Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock)
1975 - Novo Aeon
1976 - Há Dez Mil Anos Atrás
1977 - Raul Rock Seixas
1978 - O Dia Em Que a Terra Parou
1979 - Mata Virgem
1979 - Por Quem Os Sinos Dobram
1980 - Abre-Te Sésamo
1983 - Raul Seixas
1984 - Metrô Linha 743
1985 - Let Me Sing My Rock And Roll (Coletânea lançada somente em LP)(reeditado como "Caroço de Manga" em LP e CD)
1986 - Raul Rock Volume 2
1987 - Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!
1988 - A Pedra do Gênesis
1989 - A Panela do Diabo (com Marcelo Nova)
Álbuns póstumos
1991 - As Profecias
1992 - O Baú do Raul (Raridades)
1993 - Metamorfose Ambulante (Coletânea)
1998 - Documento
2002 - Anarkilópolis
2004 - Raul Seixas - Série BIS Duplo
Álbuns ao vivo
1984 - Ao Vivo - Único e Exclusivo
1991 - Eu, Raul Seixas (Show na Praia do Gonzaga, Santos, 1982)
1993 - Raul Vivo (Reedição de Ao Vivo - Único e Exclusivo com faixas extras)
1994 - Se o Rádio Não Toca (Show em Brasília, 1974)
Caixas
1995 - Série Grandes Nomes: Raul (Caixa com 4 CDs e livreto ilustrado)
2002 - Maluco Beleza (Caixa com 6 CDs e livro ilustrado).