sábado, 23 de maio de 2009

20 anos sem Raul Seixas


Raul Seixas: Maluco Beleza
ou Doido Varrido?

Em agosto fará 20 anos que Raul ascendeu. Do final dos anos 60 ao final dos anos 80, Raul Seixas conquistou um elevado número de fãs, quase todos bichos-grilos, que embarcaram na sua música como se embarca numa religião. Até hoje, seus fãs pedem aos músicos da noite para tocarem músicas de Raul.
A obra é eterna, as frases são eternas, o cara é eterno. Salve Raul!!


aul Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 - São Paulo, 21 de agosto de 1989).

Filho de Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas, nasceu e cresceu na cidade de Salvador, com seu irmão, quatro anos mais novo, Plínio Seixas.
A música no rádio daquela época era de Luiz Gonzaga, e nas viagens, quando acompanhava seu pai (inspetor de ferrovia), ouvia ‘repentes’. Tímido, o rapaz vivia lendo e compondo. Queria ser escritor, até o Rock n'Roll aparecer em sua vida. Encanta-se com Elvis Presley nas telas do cinema e resolve imitá-lo.
Com amigos, monta "Os Relâmpagos do Rock", banda cover que logo muda de nome: "The Panters", e depois, finalmente, "Raulzito e os Panteras". Chegaram a ser a banda de rock mais bem paga de Salvador. Acompanhavam artistas de nome que iam fazer shows na Bahia, entre eles: Roberto Carlos, Jerry Adriani e Wanderléia. Jerry Adriani o convida para ir ao Rio de Janeiro para gravar um disco pela gravadora Odeon, em 1967. O disco não foi bem e Raul voltou para Salvador. Casou e abandonou a música por algum tempo. Dois anos depois conseguiu emprego de produtor na CBS (hoje, Sony Music), onde trabalhou com artistas como o Trio Ternura, Renato & Seus Blue Caps, Leno, Jerry Adri-ani, Sérgio Sam-paio, Diana, entre outros. Também compõe mais de 80 músicas para a Jovem Guarda, alguns hits, como: 'Doce, Doce, Doce Amor', 'Sha-la-la-la', 'Tudo que é bom dura pouco', 'Ainda queima a esperança', entre outras.
Escondido do presidente da companhia, Evandro Ribeiro, grava seu segundo LP (Sociedade da Grã-Ordem Kavernista: Apresenta Sessão das 10), em que faz parceria com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. Raul foi expulso da empresa em julho de 1971 e o disco retirado do mercado.
No ano de 1972 participou do VII FIC (Festival Internacional da Canção), promovido pela Rede Globo, e conseguiu a classificação de duas músicas, "Let me sing" (um misto de baião e rockabilly), onde imitava Elvis, e "Eu Sou Eu, Nicuri é o Diabo".
Em 1973, Raul estourou com o compacto "Ouro de Tolo". Contratado pela Philips (atual Universal Music), lança o LP Krig-Ha, Bandolo, contendo faixas como: Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa, Ouro de Tolo, Al Capone, dentre outras. Sucesso nacional. A história desse Lp é no mínimo curiosa. Depois de Raul ler na revista '2001' uma matéria sobre discos voadores, convidou o editor do periódico para um bate papo onde acabaram por trocar figurinhas, mostrando músicas e letras. Ali nascia a parceria de Raul com o editor Paulo Coelho. Paulo também levou Raul para conhecer uma sociedade secreta, a 'Argentum Astrum', AA. Organização filosófica anti-religiosa e cheia de rituais, baseada nos ensinamentos do bruxo inglês Aleister Crowley (1875 - 1947). Em sua época, Aleister foi marginalizado e chamado de "o homem mais perverso do mundo" - a "Besta 666". Seu trabalho consistia em revelar segredos de livros mágicos e propor uma nova ordem social. Sua obra central chamava-se O Livro da Lei. O disco 'Krig-Ha, Bandolo' foi baseado nessa experiência que influenciaria Raul pelo resto da vida. Trechos do livro foram praticamente copiados e/ou adaptados em algumas letras de Raul/Paulo como: 'Sociedade Alternativa' e "Liber Oz" (gravada 14 anos depois, com o nome de "A Lei"). Era demais para aquela época. Em 1974, após divulgar a Sociedade Alternativa nas suas apresentações, acabou sendo preso e torturado pelo DOPS, exilando-se nos Estados Unidos. Os fãs o consideravam um guru e até lhe atribuíam curas etc. Raul e Paulo planejaram montar uma cidade. Loucura? idealismo?
Novo compacto estoura nas rádios: "Gita" (letra inspirada no Bhagavad-Gita , a mais popular das escrituras sagradas da Índia) em julho de 1974. ‘Gita’ vendeu 600.000 cópias, primeiro disco de ouro e o roqueiro teve que retornar ao Brasil. Neste ano separa-se de sua primeira mulher, Edith Wisner, com quem teve uma filha, Simone.
Em 1975, casa-se com Gloria Vaquer, e grava o LP "Novo Aeon", onde Raul compôs outro grande sucesso 'Tente Outra Vez'. No ano seguinte lança o disco "Há Dez Mil Anos Atrás", recheado de clássicos. Nasce Scarlet, sua segunda filha.
Em 1977, Cláudio Roberto sobrevivia dando aulas de inglês e vendendo mocassins nas feiras hippies da cidade, quando Raul o convidou para comporem juntos. Cláudio e Raul passaram três meses trabalhando no novo repertório. O Lp 'O Dia em que a Terra Parou' foi lançado com todas as regalias que um artista poderia querer, contendo faixas como: "Maluco Beleza", "O Dia em que a Terra Parou", "Rock das Aranhas", "Aluga-se" etc.
Devido ao grande consumo de álcool Raul perdeu 1/3 do pâncreas. Glória vai embora para os EUA levando Scarlet. Conhece Tania Menna Barreto, com quem passa a viver. Um ano depois, em 1979, separa-se de Tania. Casa-se com Angela Affonso Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira. Em 1980, assina contrato com a CBS, onde lançou apenas um álbum (Abre-te Sésamo). Em 1981 nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika. Lança 'Raul Seixas', em 1983, e, 'Metrô linha 743', em 1984 e o livro As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor. Separa-se de Kika Seixas, em 85. Faz um show, em 1° de dezembro deste ano, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco outra vez no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova.
Grava pela Copacabana, o disco 'UAH-BAP-LU-BAP-LA-BEIN-BUM', em 1987, Casa-se com Lena Coutinho. Nesse ano faz participação no Lp "Duplo Sentido" do Camisa de Vênus, de Marcelo Nova.
Um ano mais tarde, separado de Lena, faz seu último álbum solo (A Pedra do Gênesis). A convite de Marcelo Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco.
No ano de 1989, faz turnê com Marcelo Nova - mais de 50 apresentações pelo Brasil e com ele grava o disco ‘A Panela do Diabo’, lançado um dia após sua morte. Raul faleceu no dia 21 de agosto de 1989, aos 44 anos vítima de parada cardíaca.
O LP A Panela do Diabo vendeu 150.000 cópias - disco de ouro póstumo.
Depois de sua morte foram produzidos vários álbuns póstumos, como O Baú do Raul (1992), Metamorfose Ambulante (1993), Documento (1998), Anarkilópolis (2003) e Raul Seixas - Série BIS Duplo (2005). Kika Seixas, produziu o livro: O Baú do Raul, baseado em escritos dos diários de Raul desde os 6 anos de idade até a sua morte.

Momento marcante
Depois de passar algum tempo sem gravar, Raul foi chamado por Augusto César Vanucci para estrelar um especial infantil da TV Globo chamado Plunct Plact Zum, interpretando o personagem Carimbador Maluco. Animado, compôs um tema infantil, inspirado na filha Vivian, de 2 anos. O sucesso da inocente canção rendeu mais um disco de ouro. Raul, vestido de Carimbador Maluco, cantou no estádio do Maracanã, na festa de chegada do Papai Noel, ao lado da Turma do Balão Mágico e dos Trapalhões.

"Ninguém morre,
as pessoas despertam
do sonho da vida."
Raul Seixas

Discografia
1968 - Raulzito e os Panteras
1971 - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star)
1973 - Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock
1973 - Krig-Ha, Bandolo!
1974 - O Rebu (Trilha sonora original - Raul Seixas & Paulo Coelho)
1974 - Gita
1975 - 20 Anos de Rock (Reedição de Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock)
1975 - Novo Aeon
1976 - Há Dez Mil Anos Atrás
1977 - Raul Rock Seixas
1978 - O Dia Em Que a Terra Parou
1979 - Mata Virgem
1979 - Por Quem Os Sinos Dobram
1980 - Abre-Te Sésamo
1983 - Raul Seixas
1984 - Metrô Linha 743
1985 - Let Me Sing My Rock And Roll (Coletânea lançada somente em LP)(reeditado como "Caroço de Manga" em LP e CD)
1986 - Raul Rock Volume 2
1987 - Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!
1988 - A Pedra do Gênesis
1989 - A Panela do Diabo (com Marcelo Nova)
Álbuns póstumos
1991 - As Profecias
1992 - O Baú do Raul (Raridades)
1993 - Metamorfose Ambulante (Coletânea)
1998 - Documento
2002 - Anarkilópolis
2004 - Raul Seixas - Série BIS Duplo
Álbuns ao vivo
1984 - Ao Vivo - Único e Exclusivo
1991 - Eu, Raul Seixas (Show na Praia do Gonzaga, Santos, 1982)
1993 - Raul Vivo (Reedição de Ao Vivo - Único e Exclusivo com faixas extras)
1994 - Se o Rádio Não Toca (Show em Brasília, 1974)
Caixas
1995 - Série Grandes Nomes: Raul (Caixa com 4 CDs e livreto ilustrado)
2002 - Maluco Beleza (Caixa com 6 CDs e livro ilustrado).

Roberto Carlos - 50 anos de carreira



50 anos de Roberto Carlos
O maior compositor e cantor da América Latina completa 50 anos de carreira e comemora com seus fãs
em shows durante todo o ano - patrocinado pelo Itaú.
Roberto nasceu no Espírito Santo, Cachoeiro de Itapemirim, quarto filho (caçula) de Robertino Braga (relojoeiro) e de Laura Moreira (costureira), seus irmãos: Lauro Roberto Braga, Carlos Alberto Braga e Norma Moreira Braga (Norminha).
"Zunga" ( como era chamado), aprendeu a tocar violão e piano com sua mãe e depois no Conservatório Musical de sua cidade natal.
Cantou pela primeira vez num programa infantil da Rádio Cachoeiro, aos nove anos - o bolero "Amor y más amor" - onde conquistou o primeiro lugar.
No fim dos anos cinqüenta, muda-se para Niterói e aproxima-se do novo ritmo musical: o Rock, passando a ouvir Elvis Presley, Bill Haley, Little Richard, Gene Vincent e Chuck Berry.
Em 1957, Arlênio Lívio, um colega de escola, levou Roberto Carlos para conhecer um grupo de amigos que se reunia na Rua do Matoso, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Lá conheceu Sebastião (Tim) Maia, Edson Trindade, José Roberto "China" e Wellington. Formou com Arlênio, Trindade, Sebastião e Wellington o primeiro conjunto musical, The Sputniks. Ao querer cantar "Hound Dog" de Elvis Presley, pediu a letra a um fã do astro, Erasmo Esteves (mais tarde, Erasmo Carlos). Foi assim que Roberto conheceu aquele que seria seu maior parceiro.
Tim Maia saiu dos Sputiniks e o grupo foi desfeito. Edson Trindade, Arlênio e China formaram o grupo The Snakes, chamando Erasmo para ser crooner.
Roberto começou sua carreira solo no mesmo ano como "crooner" da boate do Hotel Plaza, em Copacabana, cantando samba-canção e bossa nova. The Snakes acompanhavam Roberto Carlos e Tim Maia em clubes e festas.
O futuro Rei foi convidado pelo empresário Carlos Imperial para se apresentar no programa "Clube do Rock", da TV Tupi. Carlos Imperial costumava apresentar Roberto Carlos como o "Elvis brasileiro" e Tim Maia como o "Little Richard brasileiro". No final daquela década, Roberto gravou alguns compactos e iniciava, oficialmente, sua carreira.
Em 1959, Roberto Carlos lançou "João e Maria/Fora do Tom", um compacto simples. Dois anos depois, lançava o primeiro álbum, "Louco Por Você". Imperial compôs boa parte das canções deste disco que não teve sucesso e é até hoje renegado por Roberto.
Roberto Carlos, em 1962 lançou "Splish Splash". Roberto e Erasmo faziam versões e canções próprias como "Splish Splash" e "Parei na Contramão", sucessos nas rádios de todo o Brasil. Em 1963, esteve novamente nas paradas de sucesso com o LP É Proibido Fumar, que também estourou a canção "O Calhambeque", e assim nascia um movimento chamado: Jovem Guarda.
Reconhecido nacionalmente, Roberto passou a apresentar o programa Jovem Guarda, em 1965, da TV Record, ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa. O programa popularizou o movimento jovem da cultura brasileira. Neste mesmo ano, 1965, foram lançados os álbuns "Roberto Carlos Canta Para A Juventude" - com os sucessos: "História de Um Homem Mau", "Os Sete Cabeludos", "Eu Sou Fã do Monoquini" e "Não Quero Ver Você Triste", parcerias com Erasmo Carlos - e "Jovem Guarda", com os sucessos "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", "Lobo Mau", "O Feio" (de Getúlio Côrtes) e "Não é Papo Pra Mim".
Em 1966, Roberto Carlos apresentou os programas "Roberto Carlos à Noite", "Opus 7", "Jovem Guarda em Alta Tensão" e "Todos os Jovens do Mundo", todos da TV Record.
Porém, o fato marcante daquele ano foi o fim da parceria entre Roberto e Erasmo Carlos causado por uma falha da produção do programa "Show em Si... Monal", da TV Record, que homenageava Erasmo, dando o crédito só a ele pelas composições de "Parei na Contramão" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", canções compostas em parceria com Roberto Carlos. Os dois se desentenderam, e a parceria ficou suspensa por mais de um ano.
Neste período, Roberto compôs "Querem Acabar Comigo" e "Namoradinha de um Amigo Meu", lançadas no LP "Roberto Carlos" daquele ano (o disco ainda tinha os sucessos "Eu Te Darei o Céu", "Esqueça" (versão de Roberto Corte Real), "Negro Gato" (de Getúlio Côrtes) e "Nossa Canção" (de Luiz Airão).
Em 1967, embora os dois apresentassem juntos com Wanderléa o programa "Jovem Guarda", na TV Record, a amizade estava estremecida. Roberto Carlos compôs sozinho: "Como É Grande O Meu Amor Por Você", "Por Isso Corro Demais", "Quando" e "De Que Vale Tudo Isso", que seriam lançadas no LP "Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura", trilha sonora do filme homônimo, lançado no ano seguinte, com produção e direção de Roberto Farias, com José Lewgoy e Reginaldo Farias no elenco. Grande sucesso de bilheteria do cinema nacional.
A relação entre Erasmo e Roberto Carlos voltaria ao normal por conta deste filme, pois Roberto não conseguia finalizar a letra da canção "Eu Sou Terrível", por causa de vários compromissos profissionais e, então, pediu a ajuda de Erasmo Carlos.
Ainda, em 1967, Roberto Carlos fez em Cannes (França) os primeiros espetáculos no exterior e participou de alguns festivais de Música Popular Brasileira.
Em 1968 foi lançado o LP "O Inimitável". Disco de transição na carreira do cantor. O álbum teve influências da black music e emplacou vários sucessos, como "Se Você Pensa", "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo", "É Meu, É Meu, É Meu", "As Canções que Você Fez Pra Mim" (todas parcerias com Erasmo Carlos), "Ciúme de Você" (de Luiz Ayrão) e "Eu Não Vou Deixar Você Tão Só" (de Antônio Marcos). Ainda nesse ano, Roberto venceu o Festival de San Remo (da Itália), com a canção "Canzone Per Te", de Sergio Endrigo e Sergio Bardotti, e se casaria, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), com Cleonice Rossi, mãe dos filhos: Roberto Carlos Segundo (o Segundinho, mais conhecido como Dudu Braga, nascido em 1969), e Luciana (nascida em 1971).
Em 1969, Roberto Carlos muda de estilo.
O álbum "Roberto Carlos" deu início ao romantismo. Entre os sucessos deste LP estão "As Curvas da Estrada de Santos", "Sua Estupidez" e "As Flores do Jardim da Nossa Casa", todas parcerias com Erasmo Carlos. Ainda naquele ano, foi lançado o filme "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa", com o mesmo diretor, e novamente sucesso de bilheteria.
Os anos 70, marcariam o fim da Jovem Guarda e o apogeu de Roberto Carlos como intérprete romântico no Brasil e no exterior, sendo o artista brasileiro que mais venderia discos no país. Várias das suas obras foram gravadas por artistas como Julio Iglesias, Caravelli e Ray Conniff.
Em 1970, depois de uma temporada no Canecão foi lançado o álbum anual com faixas como: "Ana", "Vista a Roupa Meu Bem" e "Jesus Cristo", canção que também marcava sua aproximação com a religião.
No ano seguinte, foi lançado "Roberto Carlos a 300 km por Hora", o último filme e também um grande sucesso nacional. Ainda em 1971, foi lançado "Roberto Carlos", que contou com os hits "Detalhes", "Amada Amante","Todos Estão Surdos", "Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos" (homenagem a Caetano Veloso) e "Como Dois e Dois" (de Caetano).
O álbum "Roberto Carlos", de 1972, com "A Montanha" e "Quando as Crianças Saírem de Férias", foi o primeiro LP a atingir a marca de um milhão de cópias vendidas, seguido por "Roberto Carlos", de 1973, com "Rotina" e "Proposta".
Em 24 de dezembro de 1974, a Rede Globo exibiu um especial do cantor, que obteve um enorme índice de audiência. A partir daquele ano, o programa seria veiculado anualmente.
Em 1975, o grande sucesso seria "Além do Horizonte". No ano seguinte, o cantor gravaria o novo LP nos estúdios da CBS em Nova Iorque. O álbum lançou as canções "Ilegal, Imoral ou Engorda" e "Os Seus Botões". Em 1977, Roberto Carlos gravou "Muito Romântico" (de Caetano Veloso) e "Cavalgada", lançadas no disco natalino e que alcançaram os primeiros lugares nas paradas musicais.
No ano seguinte, foi lançado "Roberto Carlos", com as famosas "Café da Manhã", "Força Estranha" (de Caetano Veloso) e "Lady Laura"- dedicada a sua mãe. O disco vendeu um milhão e quinhentas mil cópias.
Quando visitou o México em 1979, o papa João Paulo II foi saudado com a canção "Amigo", cantada por um coro de crianças. O evento foi transmitido ao vivo para centenas de milhões de pessoas no mundo. Também naquele ano, o casamento com Cleonice se desfez, iniciando um romance com a atriz Mirian Rios, e se engajou na ONU em prol do Ano Internacional da Criança.
Anos 80: reconhecimento internacional
No início da década de 1980, participou de outra campanha, dessa vez para o Ano Internacional da Pessoa Deficiente. Em 1981, o cantor fez excursões internacionais e gravou o primeiro disco em inglês - outros seriam lançados em espanhol, italiano e francês. Também gravou o disco anual, que contou com sucessos como "Emoções", "Cama e Mesa" e "As Baleias".
Em 1982, recebeu da gravadora CBS o Prêmio Globo de Cristal, oferecido aos artistas que ultrapassam a marca dos cinco milhões de discos vendidos fora do país de origem. Ainda naquele ano, Maria Bethânia participou do álbum anual, no dueto "Amiga". Era a primeira vez que o cantor convidava outro artista para participar das gravações. Roberto Carlos (1982) ainda teve o sucesso "Fera Ferida", outra parceria com Erasmo.
Em 1984, sua canção "Caminhoneiro" foi executada mais de três mil vezes nas rádios do país em um único dia e, no ano seguinte, "Verde e Amarelo" bateria esta marca ao ser tocada três mil e quinhentas vezes.
Ganhou em 1988 o Grammy de Melhor Cantor Latino-americano e, no ano seguinte, atingiu o topo da parada latina da Billboard. Ainda em 1989, teve grande repercussão com "Amazônia". No especial de fim de ano da Globo cantou 'Outra vez' ao lado de Simone.
Na década de 1990, o Rei continuou com sucessos nacionais e internacionais.
Em 1994, Roberto Carlos conseguiu bater os Beatles em vendagens na América Latina, vendendo mais de 70 milhões de discos.
Em 1995, Roberto Frejat, Cássia Eller, Chico Science & Nação Zumbi, Barão Vermelho e Skank homenagearam Roberto Carlos com a gravação de músicas da Jovem Guarda. Neste mesmo ano, o Rei casa-se com a pedagoga Maria Rita Simões Braga. No ano seguinte, Roberto Carlos emplacou mais um sucesso em parceria com Erasmo Carlos: "Mulher de 40". Já em 1997, foi lançado o álbum em língua espanhola "Canciones que amo".
Em 1998, foi diagnosticado câncer em Maria Rita. Roberto Carlos teve de conciliar a gravação do disco anual e o apoio à esposa internada em São Paulo. O disco que quase não foi lançado, tinha apenas quatro canções inéditas, entre elas "O Baile da Fazenda", uma parceria com Erasmo Carlos, que contou com a participação especial de Dominguinhos.
Em 1999, o agravamento do estado de saúde de Maria Rita, seguido de sua morte em dezembro daquele ano, fez com que o cantor deixasse de apresentar o tradicional especial de final de ano na Rede Globo e não gravasse o disco anual. A gravadora Sony acabou lançando "Os 30 Grandes Sucessos (Vol. 1 e 2)", uma coletânea dupla com os maiores sucessos da carreira de Roberto e uma faixa-inédita, a religiosa "Todas as Nossas Senhoras", escrita com Erasmo.
Depois de um longo período de reclusão, Roberto retornou aos shows com a turnê "Amor Sem Limite", inaugurado em Recife, novembro de 2000. Título homônimo do álbum que sairia no mesmo ano. Ainda em 2000, o cantor romperia contrato com a gravadora Sony (ex-CBS), após 39 anos de parceria.
Em 2001, Roberto recebeu inúmeras homenagens pelo 60º aniversário e gravou o álbum "Acústico MTV", depois de meses de negociações entre a Rede Globo e a MTV Brasil. O álbum tem 14 releituras em versão acústica para antigos sucessos, alguns cantados com a participação de artistas como Samuel Rosa, do Skank (em "É Proibido Fumar"), Tony Bellotto, dos Titãs (em "É Preciso Saber Viver"), entre outros. No ano seguinte foi lançado o DVD "Acústico MTV", que logo seria retirado de circulação devido a problemas contratuais.
No final de 2003, RC fez uma apresentação no Ginásio do Maracanãzinho, de onde foram gravadas imagens para o tradicional especial natalino na Rede Globo e também divulgado "Pra sempre", álbum todo dedicado a Maria Rita. Com nove canções inéditas, o disco contou com "O Cadillac" (única escrita com Erasmo), "Acróstico" (cujas primeiras letras dos versos formam a frase "Maria Rita meu amor") e faixa-título "Pra Sempre".
Em janeiro de 2004, Roberto fez um show no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, como parte das comemorações dos 450 anos da cidade. Em outubro do mesmo ano, o cantor lotaria o Estádio do Pacaembu, também na capital paulista, na apresentação do show "Pra Sempre" e que seria lançado em DVD. Após iniciar tratamento terapêutico, ele também reconheceu publicamente sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), síndrome que o levou a um comportamento excessivamente supersticioso e o fez abandonar do repertório dos espetáculos canções famosas como "Café da Manhã", "Outra Vez" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno". Em entrevista coletiva, admitiu que poderia voltar a cantá-las, demonstrando os resultados do tratamento. No final desse ano, comemorou o 30º aniversário do primeiro especial para a Rede Globo e foi lançado o primeiro volume de sua discografia, em uma caixa por década, que reúne seus discos em formato mini-LP e sonoridade remasterizada.
Em 2005, venceu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Romântica, pelo álbum "Pra Sempre Ao Vivo no Pacaembu".
Em dezembro de 2006, foi lançado "Duetos", CD com 14 faixas e DVD com 16, que apresenta momentos tirados dos especiais gravados para a Rede Globo desde a década de 1970.
Em janeiro de 2007, o cantor fez uma viagem à Espanha, onde gravou o álbum em espanhol.
Em junho, fez apresentações no Canecão. Além de participações especiais dos cantores Gilberto Gil e Zeca Pagodinho, dos jornalistas Nelson Motta e Leda Nagle e atores e atrizes consagrados, o repertório do show contou com a íntegra de "É Preciso Saber Viver", canção cujo verso "se o bem e o mal existem" o cantor se recusava a cantar fazia muito tempo, em função do TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), de que falou descontraído e apontando melhoras. No final de julho, Roberto Carlos submeteu-se a uma cirurgia plástica para corrigir uma cicatriz do lado direito do pescoço, resultado de um acidente de carro que o cantor sofreu em julho de 1964, em Três Rios (Rio de Janeiro) - quando o automóvel que dirigia capotou e Roberto levou 16 pontos.
O primeiro especial natalino de Roberto Carlos teve como convidados Erasmo Carlos, Antônio Marcos e o ator Paulo Gracindo. De lá pra cá, o programa recebeu nomes como Maria Bethânia, Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Titãs, Dorival Caymmi, Leandro e Leonardo, Cláudia Leitte, Ivete Sangalo, Mc Leozinho, Alcione dentre outros.
Lançou em Abril de 2008 Eau de Toilette "Emoções", da Racco cosméticos, seu primeiro produto assinado.
(pesquisa: internet/assessoria)
No ano em que comemora o cinqüentenário de uma carreira sem precedentes na história da música brasileira, Roberto Carlos será o protagonista de uma série de eventos ao longo dos próximos doze meses.
No dia de seu aniversário, 19 de abril, Roberto Carlos iniciou em sua cidade natal, Cachoeiro do Itapemirim (onde não se apresenta há 14 anos), uma turnê que percorrerá o Brasil e vai até 19 de abril de 2010 em Nova Iorque, onde segue para uma turnê internacional. Serão inicialmente 24 apresentações, em 20 cidades. Para o roteiro do novo espetáculo, que conta com direção musical e arranjos do maestro Eduardo Lages, Roberto escolheu dentre as suas mais de 500 canções - a maioria registrada em 56 álbuns lançados no Brasil - aquelas que marcaram as diversas fases de sua trajetória. No dia 11 de julho, o show aportará no Maracanã, para mais de 70 mil pessoas.
A turnê movimentará números expressivos. Três carretas percorrerão simultaneamente cerca de 42 mil quilômetros do país transportando 70 toneladas de equipamentos de som, luz, palco e camarim. Para se deslocar, a equipe de 54 pessoas utilizará um avião, dois ônibus, 60 carros e 40 vans e ocupará quase mil quartos de hotéis. Somente durante a parte brasileira da turnê, Roberto Carlos computará 50 horas de vôo, cantará cerca de 35 horas e distribuirá um total de 3.456 botões de rosas vermelhas (12 dúzias a cada show) e 864 de rosas brancas (três dúzias por noite). Cada apresentação do artista gera cerca de 150 empregos diretos (produtores, seguranças, carregadores, bilheteiros etc) e mais de uma centena de indiretos (ambulantes, taxistas e outros).
Eventos especiais - A homenagem ao único artista latino-americano a vender mais discos que os Beatles e Elvis Presley (foram cerca de 100 milhões de cópias), incluirá também três shows especiais, todos com renda revertida para projetos sociais.
No dia 26 de maio, 14 grandes vozes femininas sobem ao palco do Theatro Municipal de São Paulo no espetáculo intitulado 'Elas cantam Roberto Carlos'.
No dia 11 de agosto, o Ginásio do Ibirapuera reúne expoentes do rock brasileiro no show 'Roberto Carlos Rock Symphony'.
E finalmente, em março de 2010, 'Emoções Sertanejas' leva para o Estádio do Pacaembu algumas das maiores duplas e artistas do gênero. Os três eventos contarão com a participação do próprio Roberto. (Ass. Imprensa)

Carmem Miranda - 100 anos



Carmem Miranda - 100 anosCarmen Miranda (Maria do Carmo Miranda da Cunha), nasceu em Marco de Canaveses, distrito de Porto, Portugal, em 9 de fevereiro de 1909 e faleceu em Beverly Hills, Estados Unidos da América, em 5 de agosto de 1955 - cantora e atriz luso-brasileira.
Sua carreira artística aconteceu no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. Trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. Seu estilo fez com que seja considerada precursora do tropicalismo, movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 1960.
Carmem Miranda era a segunda filha do barbeiro José Maria Pinto Cunha (1887-1938) e de Maria Emília Miranda (1886-1971). Ganhou o apelido de Carmen no Brasil, graças ao gosto que seu pai tinha por óperas.
Pouco depois de seu nascimento, seu pai emigrou para o Brasil, onde se instalou no Rio de Janeiro. Em 1910, sua mãe, Maria Emília seguiu o marido, acompanhada da filha mais velha, Olinda, e de Carmen, que tinha menos de um ano de idade. Carmen nunca voltou à sua terra natal, o que não impediu que a câmara do conselho de Marco de Canaveses desse seu nome ao museu municipal.
No Rio de Janeiro, seu pai abriu um salão de barbeiro na rua da Misericórdia, 70. A família estabeleceu-se no sobrado acima do salão. Mais tarde mudaram-se para a rua Joaquim Silva, 53, na Lapa. No Brasil, nasceram os outros quatro filhos do casal: Amaro (1911), Cecília (1913), Aurora (1915) e Oscar (1916).
Carmen estudou na escola de freiras Santa Teresa, na rua da Lapa. Teve o seu primeiro emprego aos 14 anos numa loja de gravatas, e depois numa chapelaria. Nesta época, sua família deixou a Lapa e passou a residir num sobrado na Travessa do Comércio. Para complementar a renda familiar, sua mãe passou a administrar uma pensão doméstica que servia refeições para empregados de comércio.
Em 1926, Carmen, que tentava ser artista, apareceu incógnita em uma fotografia na seção de cinema do jornalista Pedro Lima da revista Selecta. Em 1929, foi apresentada ao compositor Josué de Barros, que encantado com seu talento passou a promovê-la em editoras e teatros. No mesmo ano, gravou na editora alemã Brunswick, os primeiros discos com o samba 'Não Vá Sim'bora' e o choro 'Se O Samba é Moda'. Pela gravadora Victor, gravou 'Triste Jandaia' e 'Dona Balbina'.
O grande sucesso veio a partir de 1930, quando gravou a marcha "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí") de Joubert de Carvalho. Antes do fim do ano, já era apontada pelo jornal O País como "a maior cantora brasileira". Em 1933 ajudou a lançar a irmã Aurora na carreira artística. No mesmo ano, assinou um contrato de dois anos com a rádio Mayrink Veiga para ganhar dois contos de réis por mês. Foi a primeira cantora de rádio a merecer contrato, quando a praxe era o cachê por participação. Logo recebeu o apelido de "Cantora do It". Em 30 de outubro realizou sua primeira turnê internacional, apresentando-se em Buenos Aires. Voltou à Argentina no ano seguinte para uma temporada de um mês na Rádio Belgrano.
Em 20 de janeiro de 1936, estreou o filme 'Alô, Alô Carnaval' com a famosa cena em que ela e Aurora Miranda cantam "Cantoras do Rádio". No mesmo ano, as duas irmãs passaram a integrar o elenco do Cassino da Urca de propriedade de Joaquim Rolla. A partir de então as duas irmãs se dividiam entre o palco do cassino e excursões freqüentes pelo Brasil e Argentina.
Depois de uma apresentação para o astro de Hollywood Tyrone Power, em 1938, cogitou-se a possibilidade de uma carreira nos Estados Unidos. Carmen recebia um excelente salário de 30 contos de réis mensais no Cassino da Urca e não se interessou pela idéia.
Em 1939, o empresário americano Lee Shubert e a atriz Sonja Henie assistiram ao espetáculo de Carmen no Cassino da Urca. Depois de um espetáculo no transatlântico Normandie, Carmen assinou contrato com o empresário. A execução do contrato não foi imediata, pois a cantora fazia questão de levar o grupo musical Bando da Lua para acompanhá-la, mas o empresário estava apenas interessado em Carmen. Depois de voltar para os Estados Unidos, Shubert aceitou a vinda do Bando da Lua. Carmen partiu no navio Uruguai em 4 de maio de 1939, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Vinte e cinco dias depois Carmen estreou no espetáculo musical "Streets of Paris", em Boston, com êxito estrondoso de público e crítica. As suas participações teatrais tornaram-se cada vez mais famosas. Em 5 de março de 1940, fez uma apresentação perante o presidente Franklin Roosevelt durante um banquete na Casa Branca.
Em 10 de julho de 1940 retornou ao Brasil, onde foi acolhida com enorme ovação pelo povo carioca. No entanto, em uma apresentação no Cassino da Urca com a presença de políticos importantes do Estado Novo, foi rejeitada pelos que a consideravam "americanizada". Dois meses depois, no mesmo palco, Carmen foi aplaudida entusiasticamente. No mesmo mês gravou seus últimos discos no Brasil, onde respondeu com humor às acusações de ter esquecido o Brasil e ter se "americanizado". Em 3 de outubro, voltou aos Estados Unidos e gravou a marca de seus sapatos e mãos na Calçada da Fama do Teatro Chinês de Los Angeles.
Entre 1942 e 1953 atuou em 13 filmes em Hollywood e nos mais importantes programas de rádio, televisão, casas noturnas, cassinos e teatros norte-americanos.
Em 1946, Carmen era a artista mais bem paga de Hollywood e a mulher que mais pagava imposto de renda nos EUA. Em 17 de março de 1947 casou-se com o americano David Sebastian, de Detroit. Antes, Carmen mantivera romances com vários astros de Hollywood e também com o músico brasileiro Aloysio de Oliveira, integrante do Bando da Lua. Antes de partir para a América, Carmen namorou o jovem Mário Cunha e o bon vivant Carlos da Rocha Faria, filho de uma tradicional família do Rio de Janeiro. Já nos EUA, Carmen teve casos com os atores John Wayne e Dana Andrews.
O casamento é apontado por todos os biógrafos e estudiosos de Carmen Miranda como o começo de sua decadência física. Seu marido, antes um simples empregado de produtora de cinema, tornou-se empresário de Carmen Miranda e conduzia mal seus negócios e contratos. Também era alcoólatra e teria estimulado Carmen Miranda a consumir bebidas alcoólicas, das quais ela logo se tornaria dependente. O casamento entrou em crise já nos primeiros meses, mas Carmen Miranda não aceitava o divórcio, pois era uma católica convicta.
Desde o início de sua carreira americana, Carmen fez uso de barbitúricos para poder dar conta de uma agenda cansativa. Tornou-se dependente de vários remédios, tanto estimulantes quanto calmantes. Por ser também usuária de tabaco e álcool, o efeito das drogas foi potencializado.
Em 3 de dezembro de 1954, Carmen retornou ao Brasil após uma ausência de 14 anos. Seu médico brasileiro constatou a dependência química e tentou desintoxicá-la. Ficou quatro meses internada em tratamento numa suíte do hotel Copacabana Palace. Carmen melhorou, embora não tenha abandonado completamente drogas, álcool e cigarro. Os exames realizados no Brasil não constataram alterações de freqüência cardíaca.
Ligeiramente recuperada, retornou para os Estados Unidos em 4 de abril de 1955. Imediatamente começou com as apresentações. Fez uma turnê por Cuba e Las Vegas entre os meses de maio e agosto e voltou a usar barbitúricos.
No início de agosto, Carmen gravou uma participação especial no programa televisivo do comediante Jimmy Durante. No decorrer de um número de dança, sofreu um ligeiro desmaio, desequilibrou-se e foi amparada por Jimmy. Recuperou-se e terminou o número. Na mesma noite, recebeu amigos em sua residência em Beverly Hills. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas canções para os amigos presentes, Carmen subiu para seu quarto para dormir. Acendeu um cigarro, retirou a maquiagem e caminhou em direção à cama. Um colapso cardíaco fulminante derrubou-a morta sobre o chão. Seu corpo foi encontrado pela empregada na mesma noite. Tinha 46 anos.
Aurora Miranda, sua irmã, recebeu na mesma madrugada um telefonema do marido de Carmen Miranda avisando sobre o falecimento. Aurora Miranda passou então a notícia para as emissoras de rádio e jornais. Heron Domingues, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, foi o primeiro a noticiar a morte de Carmen Miranda em edição extraordinária do Repórter Esso.
Em 12 de agosto de 1955, seu corpo embalsamado desembarcou de um avião no Rio de Janeiro. Sessenta mil pessoas compareceram ao seu velório realizado no saguão da Câmara Municipal da então capital federal. O cortejo fúnebre até o Cemitério São João Batista foi acompanhado por cerca de meio milhão de pessoas que cantavam esporadicamente, em surdina, "Taí", um de seus maiores sucessos.
No ano seguinte, o prefeito do Rio de Janeiro Francisco Negrão de Lima assinou um decreto criando o Museu Carmen Miranda, o qual somente foi inaugurado em 1976 no Aterro do Flamengo.

FilmografiaA Voz do Carnaval (1933) ; Alô, Alô, Brasil (1935); Estudantes (1935); Alô, Alô, Carnaval (1936); Bananas da Terra (1939); Laranja da China (1940); Serenata Tropical (1940); That Night in Rio (1941); Week-End in Havana (1941); Springtime in the Rockies (1942); The Gang's All Here (1943); Four Jills in a Jeep (1944); Greenwich Village (1944); Something for the Boys (1944); Doll Face (1945); Se eu Fosse Feliz (1946); Copacabana (1947); O Príncipe Encantado (1948); Romance Carioca (1950); Scared Stiff (1953)

Canções mais famosasAs Cinco Estações do Ano (gravada com Lamartine Babo, Mário Reis, Almirante e Grupo do Canhoto em 6 de julho de 1933); Adeus, Batucada (gravada com Orquestra Odeon em 24 de setembro de 1935); Alô... Alô?(gravada com Mário Reis e Grupo do Canhoto em 18 de dezembro de 1933); Ao Voltar do Samba (Arlequim de Bronze) (gravado com o Grupo do Canhoto em 26 de março de 1934); Boneca de Piche (gravada com Almirante e Orquestra Odeon em 31 de agosto de 1938); Cachorro Vira-Lata (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 4 de maio de 1937); Cai, Cai (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941); Camisa Listrada (gravada com Grupo da Odeon em 20 de setembro de 1937); Cantores do Rádio (gravada com Aurora Miranda e Orquestra Odeon em 18 de março de 1936); Chattanooga Choo Choo (gravada com Bando da Lua e Garoto em 25 de julho de 1942); Chegou a Hora da Fogueira (gravada com Mário Reis e Diabos do Céu em 5 de junho de 1933); Chica-Chica-Bum-Chic (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941); Como "Vaes" Você? (gravada com Ary Barroso e Regional de Pixinguinha e Luperce Miranda em 2 de outubro de 1936); Cuanto Le Gusta (gravada com Irmãs Andrews e Orquestra de Vic Schoen em 29 de novembro de 1947); Disseram Que Voltei Americanizada (gravada com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940); E Bateu-Se a Chapa (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 26 de junho de 1935); E o Mundo Não Se Acabou (gravada com Regional Odeon em 9 de março de 1938); Eu Dei (gravada com Regional Odeon em 21 de setembro de 1937); Eu Também (gravada com Lamartine Babo e Diabos do Céu, em 5 de janeiro de 1934); Goodbye, Boy (gravada com Orquestra Victor Brasileira em 29 de novembro de 1932); I Like You Very Much (Ai, Ai, Ai) (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941); I Make My Money With Bananas Isto é lá com Santo Antônio (gravada com Mário Reis e Diabos do Céu em 14 de maio de 1934); Me Dá, Me Dá (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 4 de maio de 1937); Minha Embaixada Chegou (gravada com Grupo do Canhoto em 28 de setembro de 1934); Moleque Indigesto (gravada com Lamartine Babo e Grupo Velha Guarda em 5 de janeiro de 1933); Na Baixa do Sapateiro (Bahia) (gravada com Orquestra Odeon em 17 de outubro de 1938); Na Batucada da Vida (gravada com Diabos do Céu em 20 de março de 1934); No Tabuleiro da Baiana (gravada com Luís Barbosa e Regional de Luperce Miranda em 29 de setembro de 1936); O Que É Que a Baiana Tem? (gravada com Dorival Caymmi e Conjunto Regional em 27 de fevereiro de 1939); O Tique-Taque do Meu Coração (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 7 de agosto de 1935); Primavera no Rio (gravada com Diabos do Céu em 20 de agosto de 1934); Querido Adão (gravada com Orquestra Odeon em 26 de setembro de 1935); Rebola, Bola (gravada com o Bando da Lua em 9 de outubro de 1941); Recenseamento (gravada com Conjunto Odeon em 27 de setembro de 1940); Samba Rasgado (gravada com Grupo Odeon em 7 de março de 1938); Sonho de Papel (gravada com Orquestra Odeon em 10 de maio de 1935); South American Way (gravada com Bando da Lua e Garoto em 26 de dezembro de 1939); Taí (Pra Você Gostar de Mim) (gravada com Orquestra Victor em 27 de janeiro de 1930); Uva de Caminhão (gravada com Conjunto Odeon em 21 de março de 1939); Voltei pro Morro (gravado com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940).
Carmen Miranda 100 anos:
gravações inéditas homenageiam a pequena notável
Em homenagem ao centenário de Carmen Miranda, comemorado em 9 de fevereiro, a Sony Music lançou o álbum "Carmen Miranda 100 anos: Duetos e outras Carmens" uma antologia com destaque para as inéditas Camisa listrada, na voz de Elza Soares e o medley Tico-tico no fubá, Ela diz que tem e Mamãe eu quero, com Maria Alcina e o DJ Zé Pedro. O CD duplo (cada um com 14 faixas) traz duetos de Carmen com seus parceiros mais recorrentes como Lamartine Babo, Mario Reis e Silvio Caldas e releituras de outros artistas de gerações seguintes que tiveram sua arte e suas carreiras influenciadas por ela como Caetano Veloso, Rita Lee e Adriana Calcanhoto. Destaque também para as parcerias musicais entre Daniela Mercury e João Bosco, Maria Bethânia e Chico Buarque e Olivia Byington & João Carlos.