segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Especial Sertanejo


Música sertaneja: Dois momentos de uma história de sucesso

A trajetória de Milionário e José Rico e de Marco e Mário, duas duplas sertanejas associadas à ABRAMUS que são retratos do gênero musical que conquistou o brasileiro há mais de sete décadas.

A música sertaneja surgiu na década de 1920, abençoada pela criatividade de compositores que faziam as clássicas modas, toadas, cateretês entre outros ritmos. Foi designada como música caipira por se tratar de um estilo que valorizava as histórias do povo do campo e seu jeito de viver. Os anos passaram, o gênero caiu no gosto dos brasileiros e ganhou nova roupagem. A pesquisadora Marta Ulhôa divide a história da música sertaneja em três períodos: de 1929 a 1944, como música caipira (a de raiz); 1945 até os anos de 1960, fase de transição, e finalmente dos anos de 1960 até a atualidade como música sertaneja romântica. Tais mudanças, porém, não interferiram na aprovação do público, cada vez mais heterogêneo.
Na estrada desde 1970, quando gravou o disco Matéria Paga, a dupla Milionário e José Rico contribuiu para a projeção da música e trouxe novos elementos para agradar a todos os ouvidos. "Misturamos guarânia, polca, rancheira e bolero, ou seja, de tudo um pouco", conta Milionário. O começo de carreira da dupla não foi fácil. Tanto que paralelo ao trabalho como cantores, eles tiveram que desempenhar outras funções para ganhar a vida.
Milionário, cujo nome civil é Romeu Januário de Matos, foi pedreiro, garçom e pintor. Enquanto que o José Rico, José Rico Alves dos Santos, jogador em um time inexpressível. As dificuldades fizeram com que eles chegassem a considerar a chance de encerrar a carreira de forma breve. Mas mantiveram-se firmes. "Qualquer um grava hoje, apesar de que precisa ter talento para estourar. Mas quando começamos era mais complicado", conta José Rico.
Três anos depois do lançamento do primeiro disco, a dupla foi contratada pela Continental/Chantecler. O segundo trabalho foi gravado em 1975, mas o sucesso só foi alcançado em 1977, com Livro da Vida. En travam assim, para a galeria dos grandes nomes da música brasileira. Quem não se lembra de Estrada da Vida? A música, até hoje é pedida em apresentações da dupla e virou trilha sonora de boa parte dos fãs.
Segundo Milionário sua inspiração musical veio da mãe. Foi vendo-a cantar que ele aprendeu as primeiras notas. E José Rico, não tem dúvidas, foi o gosto pela música entoada por duplas como Tião Carreiro e Pardinho, Pedro Bento e Zé da Estrada, entre tantos outros, que ele foi desenvolvendo seu tom vocal. Entre as conquistas protagonizadas pelos dois está uma apresentação inesquecível na China, lá nos idos de 1986, ou seja no auge da carreira. "Fomos convidados pelo primeiro ministro do país, para um intercâmbio cultural e levamos nossa mensagem para o outro lado do globo", declara Milionário.
Em 1991 os milhares de fãs foram pegos de surpresa. A dupla Milionário e José Rico resolveu parar de cantar. O motivo? Estavam cansados da carreira. O período sabático durou três anos, tempo em que cada um seguiu um caminho. Milionário chegou a gravar com outros compositores e José Rico, fez álbum solo. Novamente juntos, eles voltaram a brilhar e mantém a trajetória, lotando os shows pelas cidades onde passam. "O importante mesmo, é que o que criamos é tão único, que não faz diferença cantar para 10 ou para 100 mil", avalia José Rico. Prestes a completar 40 anos de estrada, eles contabilizam 27 álbuns gravados, dois filmes (Estrada da Vida e Sonhei com Você) e o comando de um programa de televisão, em 1989, no SBT.



Nova geração
Inspirados por grandes ícones da música sertaneja, os irmãos Marco e Mário, começaram a cantar juntos há cinco anos. Como os pioneiros, Milionário e José Rico, eles não tiveram um início de carreira fácil. Começaram tocando em bares e boates, com outras bandas, em empresas, enfim, iam para todos os lugares onde eram chamados. O talento dos jovens de Uberlândia acabou se propagando através do boca a boca além da fronteira do Triângulo Mineiro. "A música sertaneja sempre foi nosso estilo preferencial. Crescemos ouvindo esse tipo de música. É da nossa raiz", explica Marco.
Com poucos recursos, eles gravaram o primeiro trabalho na raça. O CD sequer foi distribuído nas lojas. O ganha-pão era graças aos shows, que não faltavam. A fama dos irmãos Marco Aurélio e Luiz Mário de Abreu e Freitas acabou chamando a atenção da gravadora Sony Music que enviou profissionais para assistirem uma apresentação da dupla em Minas. Há cerca de 4 meses eles assinaram contrato com a gravadora, onde lançaram o CD Marco e Mário ao Vivo.
O público que comparece ao show dos irmãos também está aumentando. "Em Patos de Minas tivemos 5 mil pessoas, depois esse número subiu para 20 mil em Camaru e 30 mil em Uberlândia", explica Marco que diz que está vivendo um sonho. Segundo ele, a música Flecha do Cupido - música de trabalho do CD homônimo - está tocando nas rádios de todo o país. Agora eles estão a mil, rodando em turnê pelo país. Segundo ele, a música que fazem é um sucesso por ser uma junção da sertaneja tradicional, com a romântica e a universitária.
Um detalhe que Marco faz questão de lembrar é que ao contrário do dito popular, santo de casa faz milagre, sim. "Somos a primeira dupla sertaneja de filhos de Uberlândia a estourar em nossa terra. O Bruno e Marrone estouraram aqui, mas são de fora, assim como o Victor e o Leo", observa Marco. E quanto ao futuro? Bem por hora eles vão trabalhar na divulgação do trabalho e na próxima música do novo álbum que vão divulgar ‘Marvada Pinga’ (Zenaide). "A letra conta a história de um homem que trocou a mulher pela cachaça", finaliza Marco. (Assessoria de Imprensa - ABRAMUS - Ana Beatriz)





Mais um sucesso de Gino e Geno

Geraldo Alves dos Santos, o Geno, nasceu em Pedra do Indaiá, interior mineiro; Gino, Sebastião Ribeiro de Almeida, nasceu em Itapecerica, também no interior de Minas Geraes. Aos 9 anos compôs sua primeira música 'Em Maio faz 4 anos'. Essa dupla faz sucesso há décadas e é considerada por muitos como um grande marco da música sertaneja.
Não há como negar. A dupla GINO & GENO está entre as mais populares do Brasil. Com 39 anos de bem sucedida trajetória, os cantores lançam pela EMI seu 23º disco, PODE CHAMAR NÓIS que, a exemplo dos outros lançados pelos cantores, se caracteriza pelos temas bem humorados.
O repertório do novo CD PODE CHAMAR NÓIS abre com Tô Voltando (Rick), batidão country que fala de um homem apaixonado que retorna para os braços da amada. Com Dinheiro é Mole (Kadu Ferraz/Rick) é um divertido sambanejo, com letra gostosamente maliciosa. Só Dou Amor (Kadu Ferraz/ Rick) é outro sambanejo, que trata na letra sobre a vantagem do verdadeiro amor sobre o dinheiro. A faixa título, Pode Chamar Nóis (Rick), autêntico 'limpa banco', tem como tema a festa, a farra. Aliás, falou em festa, é com eles! GINO & GENO não negam fogo. Enche a Cara e Chora (Rick), vanerão sambado dos bons, traz como mote a tristeza que a dor da partida causa. Outro Porre (Rick) é uma vanera que tem como tema a solidão.A balada Sina (Rick/Alexandre), como o próprio título diz, tem como mote o destino do homem simples. A letra é belíssima e a melodia, extremamente envolvente.
O sambanejo volta a dar o tom no divertido Tá No Papo (Kadu Ferraz/Rick), com refrão daqueles que grudam fácil no ouvido e que tem tudo para se tornar sucesso. O assunto aqui é a artimanha para se conquistar um grande amor. Quem Te Ligou (Rick) é outro 'limpa banco', que fala de saudade e solidão. Aí é Só Bebendo (Kadu Ferraz/Rick) é um vanerão sambado que traz como mote o fato de que para suportar certas coisas, só tomando uma... É sucesso na certa! Tá Na Mão (Kadu Ferraz/Rick) é outro vanerão sambado com letra gostosamente maliciosa, que vai pegar fácil, fácil. O country pop Fica Nervoso Não (Jorge Moisés) tem até toques de hip hop e letra bem humorada, que fala do quão inútil é esquentar a cabeça com certos dissabores. Fechando a festa, o sambanejo Cachaceiro (Eduardo Costa/Chico Amado/Alex), que esclarece de uma vez por todas a diferença entre quem produz e quem consome uma branquinha...
PODE CHAMAR NÓIS é produzido por Rick (da dupla com Renner), fã assumido de GINO & GENO, e que vem assinando os discos recentes da dupla. GINO & GENO cantam a alegria, a simplicidade, e o fazem como poucos. Não é à toa que estão na estrada há 39 anos. Só a verdade se sustenta tanto tempo. (Asessoria de Imprensa)




terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ricthie de volta


"Outra Vez - Ao vivo no estúdio"

É o primeiro, lançamento, ao vivo do cantor e compositor Ritchie, celebrando 26 anos de carreira. O CD, DVD e Blu-ray - primeiro Blu-ray nacional de artista individual - traz hits com releituras, além de duas músicas inéditas - a canção título, "Outra Vez" fruto da primeira parceria com Arnaldo Antunes e "Cidade Tatuada" com letra de Fausto Nilo. Ritchie que sempre teve olhar voltado para o futuro, resolveu comemorar com retrospectiva ao vivo, conciliando com o lançamento da Edição Comemorativa de 25 Anos de "Voo de Coração", seu primeiro disco pela Sony Music.
Do disco de estréia, "Voo de Coração" de 1983, foi regravada "Menina Veneno", "Pelo Interfone", "Casanova", "Voo de Coração" e "A Vida tem Dessas Coisas". Do segundo disco, "E a Vida Continua", Ritchie detonou com "A Mulher Invisível" e "Só Pra o Vento". Do seu terceiro LP, "Circular", de 85, aparece "Nesse Avião". As baladas "Transas" e "Loucura e Mágica" são do disco homônimo de 87. "Lágrima Demais" pinçada do último disco de inéditas, "Auto-Fidelidade", de 2002. Para as releituras Ritchie regravou "Fala" - sua participação no disco tributo aos Secos e Molhados de 2003. Em "Shy Moon" cantada originalmente em dueto com Caetano Veloso, no seu disco "Velô" de 84, Ritchie criou novo arranjo. Outra regravação especial é "Mercy Street", de Peter Gabriel, onde Ritchie emprestou sua voz na época, para a trilha da mini-série da Rede Globo "O Sorriso do Lagarto".
O diretor de cinema, Paulo Henrique Fontenelle é responsável pelas imagens em alta-resolução (FullHD 1080p) e acrescentou aos extras, do DVD, o documentário, "A Vida Tem Dessas Coisas", contando a trajetória do artista desde criança até hoje. Há depoimentos de novos e antigos parceiros - Bernardo Vilhena, Lobão, Arnaldo Antunes, Lauro Salazar e Steve Hackett, entre outros. O "Making of", foi dirigido por Bernardo Mendonça sobre os bastidores da gravação. Outra novidade é a estréia do selo do artista, PopSongs que é responsável pela produção, em parceria com o Canal Brasil e Estúdios Visom Digital.
Richard David Court nasceu em 6 de março de 1952 no Beckenham, no condado de Kent, no Sul da Inglaterra. Morou em diversos países como Quênia, Dinamarca, Itália, Alemanha e Escócia, além de várias localidades da Inglaterra. Em 1972 conhece em Londres um grupo de brasileiros, alguns integrantes dos Mutantes, que o convencem a vir para o Brasil. Se fixa, a princípio, em São Paulo onde monta a banda Scaladácida. Com a dissolução da banda, no final de 1973, muda-se para o Rio de Janeiro com a mulher, a arquiteta e estilista carioca Leda Zuccarelli. No Rio de Janeiro passa a dar aulas de inglês para vários artistas. Participa de várias bandas como flautista e vocalista, exemplo de 'A Barca do Sol' durante dois anos, até começar a atuar como cantor no grupo Vímana. Em entrevista exclusiva em seu apartamento, no Rio de Janeiro, pudemos saber um pouco dessa história.

Reportagem e fotos por Elias Nogueira

Canções novas
"Outra Vez", minha primeira parceria com Arnaldo Antunes e "Cidade Tatuada", com letra de Fausto Nilo. Com Arnaldo foi uma delicia! Conhecia dos bastidores e sempre foi muito querido e gentil, sempre que posso vejo seus shows. Tinha feito uma música com notas espaças. Para fazer a letra tinha que ser uma pessoa de muita habilidade com as palavras! O Arnaldo é um malabarista das palavras e era isso que eu que ia. Ele foi perfeito para esta música. O Dadi (Carvalho) havia me falado que ele era muito ocupado e demorava muito a responder - até um ano. Mandei meses antes de fazer o disco e ele me respondeu em 24 horas. Foi combustão espontânea. O Fausto é urbanista arquiteto de Fortaleza e um tremendo letrista, vários já gravaram suas músicas. Ele veio aqui em casa, ficou olhando as pinturas de minha filha que faz umas intervenções urbanas. A conversa fluiu com a idéia do grafite moderno. Ninguém paga para ouvir música - a idéia foi essa, um paradigma.

Mercy Street
Era a canção de abertura do seriado 'Sorriso do Lagarto' que se transformou num pequeno sucesso e agrada ao público em geral. Peter Gabriel, autor da música, liberou para mim! Temos muitas identificações musicais até porque, somos britânicos. Na gravação da trilha do seriado da Globo a voz era a minha.

Projeto
Produzi junto com o Carlão (Carlos Andrade), o mesmo que produziu 'Voo do Coração" na Som Livre. Ele é um parceirão!
Ao vivo dentro do estúdio
Tínhamos uma noite para gravar e a estrutura logística estava amarrada. Um disco ao vivo teria um custos em torno de um milhão de reais e nós gastamos menos de cem mil. Sem o Carlão oferecendo o estúdio, sem o Canal Brasil dando visibilidade, estrutura e pagando a conta, nada teria acontecido.

Primeiro contato com músicos brasileiros em Londres
Este encontro foi muito casual e importante, foi o que fez com que eu viesse para o Brasil. No verão de 1972 - Liminha, Rita Lee e a Lúcia Turnbull estavam comprando um Melotron para o Arnaldo Baptista, em Londres. Nos encontramos por acaso. Nunca tinha ouvido falar deles, mal tinha ouvido falar do Brasil. Nomorei a Lucia, que levou a Rita e o Liminha para o estúdio onde eu estava gravando. Acabamos amigos e dessa loucura toda surgiu o convite para visitá-los no Brasil - convite de brasileiro "Quando você for ao Brasil pinta lá em casa". Eu tinha um dinheirinho guardado, presente de aniversário, comprei as passagens de ida e volta para o Brasil. Fiquei hospedado na casa de minha namorada, Lucinha. Quando cheguei ao Brasil pude ver que os Mutantes eram maiores do que imaginava, acabei virando fã deles. Eles me indicaram uma banda em São Paulo que acabou sendo batizada de Scaladácida. Cheguei a retornar para Londres e conheci minha atual mulher, que me convenceu a voltar para o Brasil, acreditando que meu futuro estava lá. Aquele encontro casual com os Mutantes mudou minha vida!

Soma e A Barca do Sol
- Participei das duas bandas. No Soma sei que teve uma gravação no MAM (Museu de Arte Moderna), num evento dos diretos humanos, aquele que o Chico Buarque subiu no palco e só o público cantou. Isso em 1973/74. Fiz poucos shows, mas este evento foi registrado em disco. Estava querendo me entrosar com a música brasileira. Sabia que tinha um grupo chamado A Barca do Sol e que estavam procurando um flautista. Fiquei na banda entre o primeiro e o segundo disco, nem cheguei a gravar, logo fui expulso do grupo. Na verdade eu não sou flautista de ler partitura. Queria ser cantor, mas como eu cantava mal em português, tive que me segurar com a flauta. Tomei aulas com Paulo Moura, mas nunca fui instrumentista virtuoso, sou cantor.

Vímana
- No mesmo período Lulu Santos e Luís Paulo tinham uma banda chamada Vímana junto com Fernando Gama e o Candinho, que estavam saindo do grupo brigados com o Lulu. O Luís Paulo e Lulu haviam assistido eu cantar no Scaladácida num show que abrimos para a volta de a Bolha, aqui no Rio. Fui convidado para o Vímana. Inicialmente eram sete ou oito músicas cantadas em inglês e algumas em português. O Lulu não cantava muito, ele se dedicava mais aos solos de guitarra. Era uma banda muito rococó, muito progressiva e de muito improviso. Quando integrei o grupo, o Lobão entrou logo depois e acabamos acompanhando Marília Pêra numa peça (Monólogo), onde éramos a banda de apoio. O Vímana acabou quando o Patrick Moraes "O anjo da morte" veio - foi como ele ficou conhecido. O Patrick bagunçou nossa estabilidade. O fato é que ele queria estar no Brasil, ensaiar com uma banda competente, que fizesse seu gênero. Acabou nos prometendo uma turnê pela Europa e tudo mais! O Lulu contestou muito, de outro lado eu achava uma oportunidade tocar com nosso ídolo e isso gerou briga. O Vímana acabou quando o Lulu saiu da banda e nós continuamos tocando com Patrick por mais um ano. Valeu como aprendizado, mas criou uma mágoa enorme no Lulu.

Antes do sucesso
Depois disso fui para Londres trabalhar com o Jim Capaldi, cheguei a fazer a co-produção do disco dele em 1980. Depois que o Trafic se desdez, Jim veio morar no Brasil, e casou-se com uma brasileira. Na época eu tinha um gravador de rolo que o irmão do Serginho Dias (Mutantes), o Cláudio Dias Baptista, tinha modificado para eu fazer um multi-track - que era uma novidade. Chegamos a fazer várias demos juntos. O Jim mostrou estas gravações em Londres e me mandaram as passagens. Fiquei lá quatro meses gravando o disco "Let the Thunder Cry" (1981).

Menina veneno
Sonhei e acordei com a música na minha mente. Gravei uma demo com o Liminha (em 82). Bernardo Vilhena já era meu parceiro desde os tempos do Vímana, era ele quem fazia as traduções do inglês para português das músicas. Liminha mostrou para o André Midani ou para alguém da Warner que não gostou. O Mayrton Bahia fez a mesma coisa na EMI. O Carlão mostrou para o pessoal da Som Livre. Gravamos no porão da Warner. O vocal de "Voo do coração" foi feito no banheiro, com o guitarrista Steve Hackett do Gênesis, Liminha no baixo - ninguém se interessou. Fernando Adour que produtor musical, arranjador que trabalha com monstros sagrados da música, foi ao estúdio ouviu e disse que a CBS, estava querendo um artista de rock e achou que o produto se encaixava. No dia seguinte Cláudio Conde da CBS me telefonou me convidando a ir na gravadora - fui contratado. Mesmo assim não foi de imediato, a reação inicial no Rio e SP foi negativa, eles achavam que a música era uma porcaria e não ia acontecer. Gravaram uma fita de rolo e mandaram para o Nordeste. Três dias depois, eu estava no escritório do Cláudio Conde quando um representante da grava dora em Recife telefonou e o Cláudio colocou a ligação em viva-voz para todos ouvirem. O cara estava desesperado pedindo um compacto porque estava uma loucura, a música era tocada quatorze vezes por dia em todas as rádios. Imprimiram uma capa para o compacto e chegou a vender 500 mil cópias em três semanas,

Roberto Carlos
Acontece que naquele ano o Roberto Carlos fez um disco aquém de suas expectativas, foi um dos primeiros discos dele que não chegou à marca de um milhão de cópias. Começaram a dizer que o Ritchie era o novo Roberto Carlos e era uma coisa muito incômoda, criou mal estar dentro da gravadora. Já no segundo disco perdi todo o apoio que tinha, ficou tudo mais difícil. Cheguei a fazer três discos, meu contrato era para quatro, mas o clima tinha ficado tão chato que não estavam trabalhando mais os meus lançamento. Pedi demissão e eles ficaram me devendo o quarto disco. Quinze dias depois eu estava em primeiro lugar com "Transas", na Polygram. O Tim Maia lançou este petardo dizendo que foi o Roberto Carlos que me derrubou, na revista Veja. Não acredio. Hoje, Roberto Carlos me chama para o camarim, me trata muito bem e até me beija! É uma pessoa que me trata com muita elegância e sempre me chama para tirar foto com ele. A Wanderléa uma vez me falou que o Roberto quase furava meu disco de tanto escutar. No período que eu fiquei na Polygram passaram três diretores. Veio o plano Collor, e o meu diretor artístico, Mariozinho Rocha, saiu e foi para TV Globo.

Erasmo Carlos
- Fiz uma música com ele "Onde que Eu Errei?"- saiu no disco "Auto Fidelidade". Foi uma honra

Tigres de Bengala
É um disco de músicos de primeira linha:Vinicius Cantuária, Dadi Carvalho, eu, Billi Forgheri, Cláudio Zoli e Mu Carvalho. O projeto foi muito audacioso e as nossas afinidades musicais não permitiam uma simbiose melhor, faltou cola. Cada um tinha suas vertentes musicais diferentes. Quando o disco ficou pronto era quase que exclusivamente de composições minhas e do Vinícius Cantuária. Éramos os mais dedicados no projeto, os demais deixavam de comparecer com freqüência aos ensaios. Era complicado arregimentar todos de uma só vez, uns participavam mais do que os outros. E quando chegávamos com as músicas prontas, os outros reclamavam que gostariam de ter participado mais do disco. Tínhamos um disco para fazer e alguém tinha que fazer as músicas, eles não compareceram. Enquanto que eu e o Vinícius nos encontrávamos diariamente e as músicas saiam naturalmente. Foi muita indiferença da gravadora - o disco foi remixado umas oito vezes, à revelia da banda. Quando ouvimos estava completamente diferente do que tínhamos feito. Eles gastaram uma fortuna para promover uma festa, que na deveria promover o disco. Usaram para fazer promoção da gravadora e não sobrou nada para poder levar o projeto adiante.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009




Marcelo Crivela FALA

Com a agenda lotada de compromissos, entre uma reunião e outra, o Senador/Cantor/Compositor e Pastor Marcelo Crivela concede entrevista exclusiva ao jornalista Antonio Braga. Dentre outros assuntos, Crivela revela seus projetos como parlamentar, elogia o Presidente Lula e fala de sua carreira artística.

Existe um projeto seu sobre a Renovação das Concessões apenas para rádios adimplentes. Em que estágios está esse Projeto?
Está num estágio inicial e encontra resistência de alguns Senadores que são donos de emissoras de rádio e não querem pagar o Ecad. Seria importante que os artistas se mobilizassem para ajudar o projeto a andar. Segundo ouvi, 37% do Senado tem interesses diretos ou indiretos com rádios e esses acham que a cobrança dos direitos autorais é injusta. O político só consegue avançar nessas questões se tiver o apoio da classe interessada. Outras categorias mais politizadas, como a dos trabalhadores metalúrgicos, por exemplo, levam suas questões aos políticos e fazem pressão para que as coisas aconteçam. Os artistas são diferentes, são poetas, acham que as coisas vão se resolver como a chuva cai do céu ou como o sol nasce a cada manhã. Tem também aqueles artistas, já consagrados, que acham que vão bater de frente com emissoras de rádio e televisão e aí não vão mais tocar as músicas deles. O que deveria também acontecer é uma iniciativa de apoio ao projeto por parte das emissoras que pagam os direitos autorais, pois elas estão pagando pelas inadimplentes. Quanto maior o número de emissoras pagando menor fica o valor do ponto. Na época, apresentei o projeto ao Gilberto Gil, que era ministro, e poderia tornar esse projeto uma medida provisória, mas ele não o fez.

Carlos Colla e Michael Sullivan são seus parceiros mais constantes. Como começou a parceria com esses grandes autores?
O Sullivan... fomos vizinhos há muitos anos, no condomínio Santa Mônica (Barra da Tijuca). E, aí começou o contato. Depois gravei uma música dele chamada "Amor Maior" no CD que fiz pela Sony Music. A partir dali passamos a compor juntos. Mais tarde tive a oportunidade de ir com ele à Fazenda Nova Canaã onde passamos alguns dias e os nossos laços se estreitaram. Ele me ajudou muito a concluir esse projeto fazendo muitos shows por todo o Brasil. O Colla eu conheci mais tarde, através do Sullivan. Fizemos algumas parcerias, há uns 10 anos, quando estava gravando o CD 'Coração a Coração'. Foi uma afinidade muito grande, pois temos a mesma visão de Brasil.

Qual foi seu maior sucesso? Em que ano aconteceu? Quanto rendeu?
Eu não saberia dizer qual foi o maior sucesso. O CD que mais vendeu foi o 'Mensageiro da Solidariedade', na época que estávamos construindo a Fazenda Canaã - o primeiro pela Sony Music - que vendeu um milhão e meio de cópias. Antes dele também tive um CD que vendeu mais de um milhão de cópias, pela Line Records, 'Perfume Universal' e acho que essa é a música de maior sucesso, pois tem versões em várias partes do mundo.

O senhor já esteve entre os autores de maior rendimento junto ao Ecad, ficando atrás apenas de Roberto Carlos. Atribui esse sucesso ao crescimento da música gospel ?
Atribuo isso a imensa generosidade do público gospel que, evidentemente, cresce na mesma proporção que a qualidade da música gospel evolui.

Quantos discos o artista Marcelo Crivella já vendeu até hoje?
Mais de 10 milhões - contando aqui e na África. Na África ganhei um disco de ouro gravado pela EMI, em 1997/98.

Vamos entrar um pouco em política, já que o artista Marcelo Crivela também é Senador da República. Como o Senador está posicionado referente à pirataria?
Há um grande esforço no congresso para conter a pirataria, que não ajuda ninguém e prejudica os autores, os músicos, a indústria fonográfica e o governo. Quando alguém compra um produto pirata está prejudicando todo mundo e a si mesmo. Está admitindo um crime, e fazendo parte da marginalidade que cresce no país. Falta consciência coletiva. Isso aumenta a pobreza. O Governo Lula tem dado uma boa contribuição para abaixar a pirataria com o aumento de emprego. Na crise que nós tivemos do petróleo, na década de 70, aumentou em um milhão o número de pobres no Brasil. Na época da hiperinflação, do Presidente Sarney, aumentou em dois milhões. Na época da crise cambial, do Presidente Fernando Henrique Cardoso, aumentou em milhares o número de pobres. Com o Lula, mesmo com a crise financeira mundial acentuada, nós criamos empregos. No mês de setembro criamos 250 mil empregos com carteira assinada. O Governo Lula é campeão em geração de empregos. Diminui a pobreza, diminui a pirataria.

O Projeto Canaã, sustentado, inicialmente, pela venda de seu primeiro disco, hoje é modelo para quaisquer outros projetos que vise aproveitar terras do semi-árido nordestino. O governo, a partir do seu empreendimento, fez alguma coisa semelhante pelo nordeste? O que faltou, na sua opinião, para que outros 'Canaãs' acontecessem?
Eu conversei com duas pessoas importantes sobre a reforma agrária brasileira e sobre a Fazenda Canaã: uma foi o Presidente da República e o outro foi João Pedro Stédile (líder do MST). O Stédile ficou maravilhado. Hoje no Brasil existem seis mil assentamentos da reforma agrária, a maioria deles são favelas rurais, onde não têm assistência médica, não têm formação técnica, não têm apoio à produção. O Projeto Nordeste deu um exemplo para o país de que é possível fazer. Ali as casas são de qualidade, tem restaurante que serve a todos, as crianças estudam numa escola que nem no Rio de Janeiro existe uma escola pública semelhante. Tem transporte escolar. As crianças têm café da manhã, almoço, lanche à tarde e ainda levam para casa o pãozinho (um saquinho de pão). Todas têm uniforme, que é lavado e passado na lavanderia da escola (porque na casa delas não tem água); tratamento dentário; oftalmologistas; piscinas (uma delas olímpica); campo de futebol; brinquedoteca; aula de teatro; aula de computador enfim, elas têm acesso ao que há de melhor na educação: da pré-escola ao ensino fundamental. O Stédile me disse que não há em nenhum assentamento da reforma agrária uma escola como a nossa. Lula prometeu ir conhecer. Está devendo essa...

No coração, quem fala mais alto: Marcelo Crivela Senador, ou Marcelo Crivela Artista Gospel?
É o Pastor, que canta levando as pessoas ao encontro de Deus.

Como andam as obras do Projeto Morro da Providencia?
Muito bem! A idéia do Cimento Social é unir a cidade do Rio, que a exemplo de muitas outras no Brasil está dividida em duas, dentro de si mesma. Duas irmãs siamesas e monstruosas, que não vivem uma sem a outra. De um lado rica, do outro, abaixo da linha da pobreza. De um lado uma cidade formal e bonita e, nu-ma distância constrangedora, as favelas indignas, onde crianças crescem com o estigma de cidadãos de segunda, vivendo uma sub-vida, num sub-mundo de frustrações. Daí vem a violência, que faz de todos nós reféns e atrasa nosso desenvolvimento econômico, social e cultural. A idéia do Cimento Social é ajudar as famílias que residem nas favelas a terminarem suas casas com estabilidade estrutural e funcionalidade arquitetônica - dentro da realidade local. Tenho realizado obras no Morro da
Providência (primeira favela do Brasil) com recursos próprios, para estabelecer um exemplo viável para os governos estaduais e municipais do Brasil.

Marcelo Crivela por Marcelo Crivela.Um inconformado em ver que num país tão bonito e rico existe e persiste tanta miséria. Entrei para a política para construir um Brasil mais justo, um Brasil menos desigual. E isso começou com o governo do Presidente Lula e espero que continue com a Ministra Dilma.

sábado, 23 de maio de 2009

20 anos sem Raul Seixas


Raul Seixas: Maluco Beleza
ou Doido Varrido?

Em agosto fará 20 anos que Raul ascendeu. Do final dos anos 60 ao final dos anos 80, Raul Seixas conquistou um elevado número de fãs, quase todos bichos-grilos, que embarcaram na sua música como se embarca numa religião. Até hoje, seus fãs pedem aos músicos da noite para tocarem músicas de Raul.
A obra é eterna, as frases são eternas, o cara é eterno. Salve Raul!!


aul Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 - São Paulo, 21 de agosto de 1989).

Filho de Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas, nasceu e cresceu na cidade de Salvador, com seu irmão, quatro anos mais novo, Plínio Seixas.
A música no rádio daquela época era de Luiz Gonzaga, e nas viagens, quando acompanhava seu pai (inspetor de ferrovia), ouvia ‘repentes’. Tímido, o rapaz vivia lendo e compondo. Queria ser escritor, até o Rock n'Roll aparecer em sua vida. Encanta-se com Elvis Presley nas telas do cinema e resolve imitá-lo.
Com amigos, monta "Os Relâmpagos do Rock", banda cover que logo muda de nome: "The Panters", e depois, finalmente, "Raulzito e os Panteras". Chegaram a ser a banda de rock mais bem paga de Salvador. Acompanhavam artistas de nome que iam fazer shows na Bahia, entre eles: Roberto Carlos, Jerry Adriani e Wanderléia. Jerry Adriani o convida para ir ao Rio de Janeiro para gravar um disco pela gravadora Odeon, em 1967. O disco não foi bem e Raul voltou para Salvador. Casou e abandonou a música por algum tempo. Dois anos depois conseguiu emprego de produtor na CBS (hoje, Sony Music), onde trabalhou com artistas como o Trio Ternura, Renato & Seus Blue Caps, Leno, Jerry Adri-ani, Sérgio Sam-paio, Diana, entre outros. Também compõe mais de 80 músicas para a Jovem Guarda, alguns hits, como: 'Doce, Doce, Doce Amor', 'Sha-la-la-la', 'Tudo que é bom dura pouco', 'Ainda queima a esperança', entre outras.
Escondido do presidente da companhia, Evandro Ribeiro, grava seu segundo LP (Sociedade da Grã-Ordem Kavernista: Apresenta Sessão das 10), em que faz parceria com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. Raul foi expulso da empresa em julho de 1971 e o disco retirado do mercado.
No ano de 1972 participou do VII FIC (Festival Internacional da Canção), promovido pela Rede Globo, e conseguiu a classificação de duas músicas, "Let me sing" (um misto de baião e rockabilly), onde imitava Elvis, e "Eu Sou Eu, Nicuri é o Diabo".
Em 1973, Raul estourou com o compacto "Ouro de Tolo". Contratado pela Philips (atual Universal Music), lança o LP Krig-Ha, Bandolo, contendo faixas como: Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa, Ouro de Tolo, Al Capone, dentre outras. Sucesso nacional. A história desse Lp é no mínimo curiosa. Depois de Raul ler na revista '2001' uma matéria sobre discos voadores, convidou o editor do periódico para um bate papo onde acabaram por trocar figurinhas, mostrando músicas e letras. Ali nascia a parceria de Raul com o editor Paulo Coelho. Paulo também levou Raul para conhecer uma sociedade secreta, a 'Argentum Astrum', AA. Organização filosófica anti-religiosa e cheia de rituais, baseada nos ensinamentos do bruxo inglês Aleister Crowley (1875 - 1947). Em sua época, Aleister foi marginalizado e chamado de "o homem mais perverso do mundo" - a "Besta 666". Seu trabalho consistia em revelar segredos de livros mágicos e propor uma nova ordem social. Sua obra central chamava-se O Livro da Lei. O disco 'Krig-Ha, Bandolo' foi baseado nessa experiência que influenciaria Raul pelo resto da vida. Trechos do livro foram praticamente copiados e/ou adaptados em algumas letras de Raul/Paulo como: 'Sociedade Alternativa' e "Liber Oz" (gravada 14 anos depois, com o nome de "A Lei"). Era demais para aquela época. Em 1974, após divulgar a Sociedade Alternativa nas suas apresentações, acabou sendo preso e torturado pelo DOPS, exilando-se nos Estados Unidos. Os fãs o consideravam um guru e até lhe atribuíam curas etc. Raul e Paulo planejaram montar uma cidade. Loucura? idealismo?
Novo compacto estoura nas rádios: "Gita" (letra inspirada no Bhagavad-Gita , a mais popular das escrituras sagradas da Índia) em julho de 1974. ‘Gita’ vendeu 600.000 cópias, primeiro disco de ouro e o roqueiro teve que retornar ao Brasil. Neste ano separa-se de sua primeira mulher, Edith Wisner, com quem teve uma filha, Simone.
Em 1975, casa-se com Gloria Vaquer, e grava o LP "Novo Aeon", onde Raul compôs outro grande sucesso 'Tente Outra Vez'. No ano seguinte lança o disco "Há Dez Mil Anos Atrás", recheado de clássicos. Nasce Scarlet, sua segunda filha.
Em 1977, Cláudio Roberto sobrevivia dando aulas de inglês e vendendo mocassins nas feiras hippies da cidade, quando Raul o convidou para comporem juntos. Cláudio e Raul passaram três meses trabalhando no novo repertório. O Lp 'O Dia em que a Terra Parou' foi lançado com todas as regalias que um artista poderia querer, contendo faixas como: "Maluco Beleza", "O Dia em que a Terra Parou", "Rock das Aranhas", "Aluga-se" etc.
Devido ao grande consumo de álcool Raul perdeu 1/3 do pâncreas. Glória vai embora para os EUA levando Scarlet. Conhece Tania Menna Barreto, com quem passa a viver. Um ano depois, em 1979, separa-se de Tania. Casa-se com Angela Affonso Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira. Em 1980, assina contrato com a CBS, onde lançou apenas um álbum (Abre-te Sésamo). Em 1981 nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika. Lança 'Raul Seixas', em 1983, e, 'Metrô linha 743', em 1984 e o livro As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor. Separa-se de Kika Seixas, em 85. Faz um show, em 1° de dezembro deste ano, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco outra vez no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova.
Grava pela Copacabana, o disco 'UAH-BAP-LU-BAP-LA-BEIN-BUM', em 1987, Casa-se com Lena Coutinho. Nesse ano faz participação no Lp "Duplo Sentido" do Camisa de Vênus, de Marcelo Nova.
Um ano mais tarde, separado de Lena, faz seu último álbum solo (A Pedra do Gênesis). A convite de Marcelo Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco.
No ano de 1989, faz turnê com Marcelo Nova - mais de 50 apresentações pelo Brasil e com ele grava o disco ‘A Panela do Diabo’, lançado um dia após sua morte. Raul faleceu no dia 21 de agosto de 1989, aos 44 anos vítima de parada cardíaca.
O LP A Panela do Diabo vendeu 150.000 cópias - disco de ouro póstumo.
Depois de sua morte foram produzidos vários álbuns póstumos, como O Baú do Raul (1992), Metamorfose Ambulante (1993), Documento (1998), Anarkilópolis (2003) e Raul Seixas - Série BIS Duplo (2005). Kika Seixas, produziu o livro: O Baú do Raul, baseado em escritos dos diários de Raul desde os 6 anos de idade até a sua morte.

Momento marcante
Depois de passar algum tempo sem gravar, Raul foi chamado por Augusto César Vanucci para estrelar um especial infantil da TV Globo chamado Plunct Plact Zum, interpretando o personagem Carimbador Maluco. Animado, compôs um tema infantil, inspirado na filha Vivian, de 2 anos. O sucesso da inocente canção rendeu mais um disco de ouro. Raul, vestido de Carimbador Maluco, cantou no estádio do Maracanã, na festa de chegada do Papai Noel, ao lado da Turma do Balão Mágico e dos Trapalhões.

"Ninguém morre,
as pessoas despertam
do sonho da vida."
Raul Seixas

Discografia
1968 - Raulzito e os Panteras
1971 - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star)
1973 - Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock
1973 - Krig-Ha, Bandolo!
1974 - O Rebu (Trilha sonora original - Raul Seixas & Paulo Coelho)
1974 - Gita
1975 - 20 Anos de Rock (Reedição de Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock)
1975 - Novo Aeon
1976 - Há Dez Mil Anos Atrás
1977 - Raul Rock Seixas
1978 - O Dia Em Que a Terra Parou
1979 - Mata Virgem
1979 - Por Quem Os Sinos Dobram
1980 - Abre-Te Sésamo
1983 - Raul Seixas
1984 - Metrô Linha 743
1985 - Let Me Sing My Rock And Roll (Coletânea lançada somente em LP)(reeditado como "Caroço de Manga" em LP e CD)
1986 - Raul Rock Volume 2
1987 - Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!
1988 - A Pedra do Gênesis
1989 - A Panela do Diabo (com Marcelo Nova)
Álbuns póstumos
1991 - As Profecias
1992 - O Baú do Raul (Raridades)
1993 - Metamorfose Ambulante (Coletânea)
1998 - Documento
2002 - Anarkilópolis
2004 - Raul Seixas - Série BIS Duplo
Álbuns ao vivo
1984 - Ao Vivo - Único e Exclusivo
1991 - Eu, Raul Seixas (Show na Praia do Gonzaga, Santos, 1982)
1993 - Raul Vivo (Reedição de Ao Vivo - Único e Exclusivo com faixas extras)
1994 - Se o Rádio Não Toca (Show em Brasília, 1974)
Caixas
1995 - Série Grandes Nomes: Raul (Caixa com 4 CDs e livreto ilustrado)
2002 - Maluco Beleza (Caixa com 6 CDs e livro ilustrado).

Roberto Carlos - 50 anos de carreira



50 anos de Roberto Carlos
O maior compositor e cantor da América Latina completa 50 anos de carreira e comemora com seus fãs
em shows durante todo o ano - patrocinado pelo Itaú.
Roberto nasceu no Espírito Santo, Cachoeiro de Itapemirim, quarto filho (caçula) de Robertino Braga (relojoeiro) e de Laura Moreira (costureira), seus irmãos: Lauro Roberto Braga, Carlos Alberto Braga e Norma Moreira Braga (Norminha).
"Zunga" ( como era chamado), aprendeu a tocar violão e piano com sua mãe e depois no Conservatório Musical de sua cidade natal.
Cantou pela primeira vez num programa infantil da Rádio Cachoeiro, aos nove anos - o bolero "Amor y más amor" - onde conquistou o primeiro lugar.
No fim dos anos cinqüenta, muda-se para Niterói e aproxima-se do novo ritmo musical: o Rock, passando a ouvir Elvis Presley, Bill Haley, Little Richard, Gene Vincent e Chuck Berry.
Em 1957, Arlênio Lívio, um colega de escola, levou Roberto Carlos para conhecer um grupo de amigos que se reunia na Rua do Matoso, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Lá conheceu Sebastião (Tim) Maia, Edson Trindade, José Roberto "China" e Wellington. Formou com Arlênio, Trindade, Sebastião e Wellington o primeiro conjunto musical, The Sputniks. Ao querer cantar "Hound Dog" de Elvis Presley, pediu a letra a um fã do astro, Erasmo Esteves (mais tarde, Erasmo Carlos). Foi assim que Roberto conheceu aquele que seria seu maior parceiro.
Tim Maia saiu dos Sputiniks e o grupo foi desfeito. Edson Trindade, Arlênio e China formaram o grupo The Snakes, chamando Erasmo para ser crooner.
Roberto começou sua carreira solo no mesmo ano como "crooner" da boate do Hotel Plaza, em Copacabana, cantando samba-canção e bossa nova. The Snakes acompanhavam Roberto Carlos e Tim Maia em clubes e festas.
O futuro Rei foi convidado pelo empresário Carlos Imperial para se apresentar no programa "Clube do Rock", da TV Tupi. Carlos Imperial costumava apresentar Roberto Carlos como o "Elvis brasileiro" e Tim Maia como o "Little Richard brasileiro". No final daquela década, Roberto gravou alguns compactos e iniciava, oficialmente, sua carreira.
Em 1959, Roberto Carlos lançou "João e Maria/Fora do Tom", um compacto simples. Dois anos depois, lançava o primeiro álbum, "Louco Por Você". Imperial compôs boa parte das canções deste disco que não teve sucesso e é até hoje renegado por Roberto.
Roberto Carlos, em 1962 lançou "Splish Splash". Roberto e Erasmo faziam versões e canções próprias como "Splish Splash" e "Parei na Contramão", sucessos nas rádios de todo o Brasil. Em 1963, esteve novamente nas paradas de sucesso com o LP É Proibido Fumar, que também estourou a canção "O Calhambeque", e assim nascia um movimento chamado: Jovem Guarda.
Reconhecido nacionalmente, Roberto passou a apresentar o programa Jovem Guarda, em 1965, da TV Record, ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa. O programa popularizou o movimento jovem da cultura brasileira. Neste mesmo ano, 1965, foram lançados os álbuns "Roberto Carlos Canta Para A Juventude" - com os sucessos: "História de Um Homem Mau", "Os Sete Cabeludos", "Eu Sou Fã do Monoquini" e "Não Quero Ver Você Triste", parcerias com Erasmo Carlos - e "Jovem Guarda", com os sucessos "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", "Lobo Mau", "O Feio" (de Getúlio Côrtes) e "Não é Papo Pra Mim".
Em 1966, Roberto Carlos apresentou os programas "Roberto Carlos à Noite", "Opus 7", "Jovem Guarda em Alta Tensão" e "Todos os Jovens do Mundo", todos da TV Record.
Porém, o fato marcante daquele ano foi o fim da parceria entre Roberto e Erasmo Carlos causado por uma falha da produção do programa "Show em Si... Monal", da TV Record, que homenageava Erasmo, dando o crédito só a ele pelas composições de "Parei na Contramão" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno", canções compostas em parceria com Roberto Carlos. Os dois se desentenderam, e a parceria ficou suspensa por mais de um ano.
Neste período, Roberto compôs "Querem Acabar Comigo" e "Namoradinha de um Amigo Meu", lançadas no LP "Roberto Carlos" daquele ano (o disco ainda tinha os sucessos "Eu Te Darei o Céu", "Esqueça" (versão de Roberto Corte Real), "Negro Gato" (de Getúlio Côrtes) e "Nossa Canção" (de Luiz Airão).
Em 1967, embora os dois apresentassem juntos com Wanderléa o programa "Jovem Guarda", na TV Record, a amizade estava estremecida. Roberto Carlos compôs sozinho: "Como É Grande O Meu Amor Por Você", "Por Isso Corro Demais", "Quando" e "De Que Vale Tudo Isso", que seriam lançadas no LP "Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura", trilha sonora do filme homônimo, lançado no ano seguinte, com produção e direção de Roberto Farias, com José Lewgoy e Reginaldo Farias no elenco. Grande sucesso de bilheteria do cinema nacional.
A relação entre Erasmo e Roberto Carlos voltaria ao normal por conta deste filme, pois Roberto não conseguia finalizar a letra da canção "Eu Sou Terrível", por causa de vários compromissos profissionais e, então, pediu a ajuda de Erasmo Carlos.
Ainda, em 1967, Roberto Carlos fez em Cannes (França) os primeiros espetáculos no exterior e participou de alguns festivais de Música Popular Brasileira.
Em 1968 foi lançado o LP "O Inimitável". Disco de transição na carreira do cantor. O álbum teve influências da black music e emplacou vários sucessos, como "Se Você Pensa", "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo", "É Meu, É Meu, É Meu", "As Canções que Você Fez Pra Mim" (todas parcerias com Erasmo Carlos), "Ciúme de Você" (de Luiz Ayrão) e "Eu Não Vou Deixar Você Tão Só" (de Antônio Marcos). Ainda nesse ano, Roberto venceu o Festival de San Remo (da Itália), com a canção "Canzone Per Te", de Sergio Endrigo e Sergio Bardotti, e se casaria, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), com Cleonice Rossi, mãe dos filhos: Roberto Carlos Segundo (o Segundinho, mais conhecido como Dudu Braga, nascido em 1969), e Luciana (nascida em 1971).
Em 1969, Roberto Carlos muda de estilo.
O álbum "Roberto Carlos" deu início ao romantismo. Entre os sucessos deste LP estão "As Curvas da Estrada de Santos", "Sua Estupidez" e "As Flores do Jardim da Nossa Casa", todas parcerias com Erasmo Carlos. Ainda naquele ano, foi lançado o filme "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa", com o mesmo diretor, e novamente sucesso de bilheteria.
Os anos 70, marcariam o fim da Jovem Guarda e o apogeu de Roberto Carlos como intérprete romântico no Brasil e no exterior, sendo o artista brasileiro que mais venderia discos no país. Várias das suas obras foram gravadas por artistas como Julio Iglesias, Caravelli e Ray Conniff.
Em 1970, depois de uma temporada no Canecão foi lançado o álbum anual com faixas como: "Ana", "Vista a Roupa Meu Bem" e "Jesus Cristo", canção que também marcava sua aproximação com a religião.
No ano seguinte, foi lançado "Roberto Carlos a 300 km por Hora", o último filme e também um grande sucesso nacional. Ainda em 1971, foi lançado "Roberto Carlos", que contou com os hits "Detalhes", "Amada Amante","Todos Estão Surdos", "Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos" (homenagem a Caetano Veloso) e "Como Dois e Dois" (de Caetano).
O álbum "Roberto Carlos", de 1972, com "A Montanha" e "Quando as Crianças Saírem de Férias", foi o primeiro LP a atingir a marca de um milhão de cópias vendidas, seguido por "Roberto Carlos", de 1973, com "Rotina" e "Proposta".
Em 24 de dezembro de 1974, a Rede Globo exibiu um especial do cantor, que obteve um enorme índice de audiência. A partir daquele ano, o programa seria veiculado anualmente.
Em 1975, o grande sucesso seria "Além do Horizonte". No ano seguinte, o cantor gravaria o novo LP nos estúdios da CBS em Nova Iorque. O álbum lançou as canções "Ilegal, Imoral ou Engorda" e "Os Seus Botões". Em 1977, Roberto Carlos gravou "Muito Romântico" (de Caetano Veloso) e "Cavalgada", lançadas no disco natalino e que alcançaram os primeiros lugares nas paradas musicais.
No ano seguinte, foi lançado "Roberto Carlos", com as famosas "Café da Manhã", "Força Estranha" (de Caetano Veloso) e "Lady Laura"- dedicada a sua mãe. O disco vendeu um milhão e quinhentas mil cópias.
Quando visitou o México em 1979, o papa João Paulo II foi saudado com a canção "Amigo", cantada por um coro de crianças. O evento foi transmitido ao vivo para centenas de milhões de pessoas no mundo. Também naquele ano, o casamento com Cleonice se desfez, iniciando um romance com a atriz Mirian Rios, e se engajou na ONU em prol do Ano Internacional da Criança.
Anos 80: reconhecimento internacional
No início da década de 1980, participou de outra campanha, dessa vez para o Ano Internacional da Pessoa Deficiente. Em 1981, o cantor fez excursões internacionais e gravou o primeiro disco em inglês - outros seriam lançados em espanhol, italiano e francês. Também gravou o disco anual, que contou com sucessos como "Emoções", "Cama e Mesa" e "As Baleias".
Em 1982, recebeu da gravadora CBS o Prêmio Globo de Cristal, oferecido aos artistas que ultrapassam a marca dos cinco milhões de discos vendidos fora do país de origem. Ainda naquele ano, Maria Bethânia participou do álbum anual, no dueto "Amiga". Era a primeira vez que o cantor convidava outro artista para participar das gravações. Roberto Carlos (1982) ainda teve o sucesso "Fera Ferida", outra parceria com Erasmo.
Em 1984, sua canção "Caminhoneiro" foi executada mais de três mil vezes nas rádios do país em um único dia e, no ano seguinte, "Verde e Amarelo" bateria esta marca ao ser tocada três mil e quinhentas vezes.
Ganhou em 1988 o Grammy de Melhor Cantor Latino-americano e, no ano seguinte, atingiu o topo da parada latina da Billboard. Ainda em 1989, teve grande repercussão com "Amazônia". No especial de fim de ano da Globo cantou 'Outra vez' ao lado de Simone.
Na década de 1990, o Rei continuou com sucessos nacionais e internacionais.
Em 1994, Roberto Carlos conseguiu bater os Beatles em vendagens na América Latina, vendendo mais de 70 milhões de discos.
Em 1995, Roberto Frejat, Cássia Eller, Chico Science & Nação Zumbi, Barão Vermelho e Skank homenagearam Roberto Carlos com a gravação de músicas da Jovem Guarda. Neste mesmo ano, o Rei casa-se com a pedagoga Maria Rita Simões Braga. No ano seguinte, Roberto Carlos emplacou mais um sucesso em parceria com Erasmo Carlos: "Mulher de 40". Já em 1997, foi lançado o álbum em língua espanhola "Canciones que amo".
Em 1998, foi diagnosticado câncer em Maria Rita. Roberto Carlos teve de conciliar a gravação do disco anual e o apoio à esposa internada em São Paulo. O disco que quase não foi lançado, tinha apenas quatro canções inéditas, entre elas "O Baile da Fazenda", uma parceria com Erasmo Carlos, que contou com a participação especial de Dominguinhos.
Em 1999, o agravamento do estado de saúde de Maria Rita, seguido de sua morte em dezembro daquele ano, fez com que o cantor deixasse de apresentar o tradicional especial de final de ano na Rede Globo e não gravasse o disco anual. A gravadora Sony acabou lançando "Os 30 Grandes Sucessos (Vol. 1 e 2)", uma coletânea dupla com os maiores sucessos da carreira de Roberto e uma faixa-inédita, a religiosa "Todas as Nossas Senhoras", escrita com Erasmo.
Depois de um longo período de reclusão, Roberto retornou aos shows com a turnê "Amor Sem Limite", inaugurado em Recife, novembro de 2000. Título homônimo do álbum que sairia no mesmo ano. Ainda em 2000, o cantor romperia contrato com a gravadora Sony (ex-CBS), após 39 anos de parceria.
Em 2001, Roberto recebeu inúmeras homenagens pelo 60º aniversário e gravou o álbum "Acústico MTV", depois de meses de negociações entre a Rede Globo e a MTV Brasil. O álbum tem 14 releituras em versão acústica para antigos sucessos, alguns cantados com a participação de artistas como Samuel Rosa, do Skank (em "É Proibido Fumar"), Tony Bellotto, dos Titãs (em "É Preciso Saber Viver"), entre outros. No ano seguinte foi lançado o DVD "Acústico MTV", que logo seria retirado de circulação devido a problemas contratuais.
No final de 2003, RC fez uma apresentação no Ginásio do Maracanãzinho, de onde foram gravadas imagens para o tradicional especial natalino na Rede Globo e também divulgado "Pra sempre", álbum todo dedicado a Maria Rita. Com nove canções inéditas, o disco contou com "O Cadillac" (única escrita com Erasmo), "Acróstico" (cujas primeiras letras dos versos formam a frase "Maria Rita meu amor") e faixa-título "Pra Sempre".
Em janeiro de 2004, Roberto fez um show no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, como parte das comemorações dos 450 anos da cidade. Em outubro do mesmo ano, o cantor lotaria o Estádio do Pacaembu, também na capital paulista, na apresentação do show "Pra Sempre" e que seria lançado em DVD. Após iniciar tratamento terapêutico, ele também reconheceu publicamente sofrer de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), síndrome que o levou a um comportamento excessivamente supersticioso e o fez abandonar do repertório dos espetáculos canções famosas como "Café da Manhã", "Outra Vez" e "Quero Que Vá Tudo Pro Inferno". Em entrevista coletiva, admitiu que poderia voltar a cantá-las, demonstrando os resultados do tratamento. No final desse ano, comemorou o 30º aniversário do primeiro especial para a Rede Globo e foi lançado o primeiro volume de sua discografia, em uma caixa por década, que reúne seus discos em formato mini-LP e sonoridade remasterizada.
Em 2005, venceu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Romântica, pelo álbum "Pra Sempre Ao Vivo no Pacaembu".
Em dezembro de 2006, foi lançado "Duetos", CD com 14 faixas e DVD com 16, que apresenta momentos tirados dos especiais gravados para a Rede Globo desde a década de 1970.
Em janeiro de 2007, o cantor fez uma viagem à Espanha, onde gravou o álbum em espanhol.
Em junho, fez apresentações no Canecão. Além de participações especiais dos cantores Gilberto Gil e Zeca Pagodinho, dos jornalistas Nelson Motta e Leda Nagle e atores e atrizes consagrados, o repertório do show contou com a íntegra de "É Preciso Saber Viver", canção cujo verso "se o bem e o mal existem" o cantor se recusava a cantar fazia muito tempo, em função do TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo), de que falou descontraído e apontando melhoras. No final de julho, Roberto Carlos submeteu-se a uma cirurgia plástica para corrigir uma cicatriz do lado direito do pescoço, resultado de um acidente de carro que o cantor sofreu em julho de 1964, em Três Rios (Rio de Janeiro) - quando o automóvel que dirigia capotou e Roberto levou 16 pontos.
O primeiro especial natalino de Roberto Carlos teve como convidados Erasmo Carlos, Antônio Marcos e o ator Paulo Gracindo. De lá pra cá, o programa recebeu nomes como Maria Bethânia, Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Titãs, Dorival Caymmi, Leandro e Leonardo, Cláudia Leitte, Ivete Sangalo, Mc Leozinho, Alcione dentre outros.
Lançou em Abril de 2008 Eau de Toilette "Emoções", da Racco cosméticos, seu primeiro produto assinado.
(pesquisa: internet/assessoria)
No ano em que comemora o cinqüentenário de uma carreira sem precedentes na história da música brasileira, Roberto Carlos será o protagonista de uma série de eventos ao longo dos próximos doze meses.
No dia de seu aniversário, 19 de abril, Roberto Carlos iniciou em sua cidade natal, Cachoeiro do Itapemirim (onde não se apresenta há 14 anos), uma turnê que percorrerá o Brasil e vai até 19 de abril de 2010 em Nova Iorque, onde segue para uma turnê internacional. Serão inicialmente 24 apresentações, em 20 cidades. Para o roteiro do novo espetáculo, que conta com direção musical e arranjos do maestro Eduardo Lages, Roberto escolheu dentre as suas mais de 500 canções - a maioria registrada em 56 álbuns lançados no Brasil - aquelas que marcaram as diversas fases de sua trajetória. No dia 11 de julho, o show aportará no Maracanã, para mais de 70 mil pessoas.
A turnê movimentará números expressivos. Três carretas percorrerão simultaneamente cerca de 42 mil quilômetros do país transportando 70 toneladas de equipamentos de som, luz, palco e camarim. Para se deslocar, a equipe de 54 pessoas utilizará um avião, dois ônibus, 60 carros e 40 vans e ocupará quase mil quartos de hotéis. Somente durante a parte brasileira da turnê, Roberto Carlos computará 50 horas de vôo, cantará cerca de 35 horas e distribuirá um total de 3.456 botões de rosas vermelhas (12 dúzias a cada show) e 864 de rosas brancas (três dúzias por noite). Cada apresentação do artista gera cerca de 150 empregos diretos (produtores, seguranças, carregadores, bilheteiros etc) e mais de uma centena de indiretos (ambulantes, taxistas e outros).
Eventos especiais - A homenagem ao único artista latino-americano a vender mais discos que os Beatles e Elvis Presley (foram cerca de 100 milhões de cópias), incluirá também três shows especiais, todos com renda revertida para projetos sociais.
No dia 26 de maio, 14 grandes vozes femininas sobem ao palco do Theatro Municipal de São Paulo no espetáculo intitulado 'Elas cantam Roberto Carlos'.
No dia 11 de agosto, o Ginásio do Ibirapuera reúne expoentes do rock brasileiro no show 'Roberto Carlos Rock Symphony'.
E finalmente, em março de 2010, 'Emoções Sertanejas' leva para o Estádio do Pacaembu algumas das maiores duplas e artistas do gênero. Os três eventos contarão com a participação do próprio Roberto. (Ass. Imprensa)

Carmem Miranda - 100 anos



Carmem Miranda - 100 anosCarmen Miranda (Maria do Carmo Miranda da Cunha), nasceu em Marco de Canaveses, distrito de Porto, Portugal, em 9 de fevereiro de 1909 e faleceu em Beverly Hills, Estados Unidos da América, em 5 de agosto de 1955 - cantora e atriz luso-brasileira.
Sua carreira artística aconteceu no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950. Trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. Seu estilo fez com que seja considerada precursora do tropicalismo, movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 1960.
Carmem Miranda era a segunda filha do barbeiro José Maria Pinto Cunha (1887-1938) e de Maria Emília Miranda (1886-1971). Ganhou o apelido de Carmen no Brasil, graças ao gosto que seu pai tinha por óperas.
Pouco depois de seu nascimento, seu pai emigrou para o Brasil, onde se instalou no Rio de Janeiro. Em 1910, sua mãe, Maria Emília seguiu o marido, acompanhada da filha mais velha, Olinda, e de Carmen, que tinha menos de um ano de idade. Carmen nunca voltou à sua terra natal, o que não impediu que a câmara do conselho de Marco de Canaveses desse seu nome ao museu municipal.
No Rio de Janeiro, seu pai abriu um salão de barbeiro na rua da Misericórdia, 70. A família estabeleceu-se no sobrado acima do salão. Mais tarde mudaram-se para a rua Joaquim Silva, 53, na Lapa. No Brasil, nasceram os outros quatro filhos do casal: Amaro (1911), Cecília (1913), Aurora (1915) e Oscar (1916).
Carmen estudou na escola de freiras Santa Teresa, na rua da Lapa. Teve o seu primeiro emprego aos 14 anos numa loja de gravatas, e depois numa chapelaria. Nesta época, sua família deixou a Lapa e passou a residir num sobrado na Travessa do Comércio. Para complementar a renda familiar, sua mãe passou a administrar uma pensão doméstica que servia refeições para empregados de comércio.
Em 1926, Carmen, que tentava ser artista, apareceu incógnita em uma fotografia na seção de cinema do jornalista Pedro Lima da revista Selecta. Em 1929, foi apresentada ao compositor Josué de Barros, que encantado com seu talento passou a promovê-la em editoras e teatros. No mesmo ano, gravou na editora alemã Brunswick, os primeiros discos com o samba 'Não Vá Sim'bora' e o choro 'Se O Samba é Moda'. Pela gravadora Victor, gravou 'Triste Jandaia' e 'Dona Balbina'.
O grande sucesso veio a partir de 1930, quando gravou a marcha "Pra Você Gostar de Mim" ("Taí") de Joubert de Carvalho. Antes do fim do ano, já era apontada pelo jornal O País como "a maior cantora brasileira". Em 1933 ajudou a lançar a irmã Aurora na carreira artística. No mesmo ano, assinou um contrato de dois anos com a rádio Mayrink Veiga para ganhar dois contos de réis por mês. Foi a primeira cantora de rádio a merecer contrato, quando a praxe era o cachê por participação. Logo recebeu o apelido de "Cantora do It". Em 30 de outubro realizou sua primeira turnê internacional, apresentando-se em Buenos Aires. Voltou à Argentina no ano seguinte para uma temporada de um mês na Rádio Belgrano.
Em 20 de janeiro de 1936, estreou o filme 'Alô, Alô Carnaval' com a famosa cena em que ela e Aurora Miranda cantam "Cantoras do Rádio". No mesmo ano, as duas irmãs passaram a integrar o elenco do Cassino da Urca de propriedade de Joaquim Rolla. A partir de então as duas irmãs se dividiam entre o palco do cassino e excursões freqüentes pelo Brasil e Argentina.
Depois de uma apresentação para o astro de Hollywood Tyrone Power, em 1938, cogitou-se a possibilidade de uma carreira nos Estados Unidos. Carmen recebia um excelente salário de 30 contos de réis mensais no Cassino da Urca e não se interessou pela idéia.
Em 1939, o empresário americano Lee Shubert e a atriz Sonja Henie assistiram ao espetáculo de Carmen no Cassino da Urca. Depois de um espetáculo no transatlântico Normandie, Carmen assinou contrato com o empresário. A execução do contrato não foi imediata, pois a cantora fazia questão de levar o grupo musical Bando da Lua para acompanhá-la, mas o empresário estava apenas interessado em Carmen. Depois de voltar para os Estados Unidos, Shubert aceitou a vinda do Bando da Lua. Carmen partiu no navio Uruguai em 4 de maio de 1939, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Vinte e cinco dias depois Carmen estreou no espetáculo musical "Streets of Paris", em Boston, com êxito estrondoso de público e crítica. As suas participações teatrais tornaram-se cada vez mais famosas. Em 5 de março de 1940, fez uma apresentação perante o presidente Franklin Roosevelt durante um banquete na Casa Branca.
Em 10 de julho de 1940 retornou ao Brasil, onde foi acolhida com enorme ovação pelo povo carioca. No entanto, em uma apresentação no Cassino da Urca com a presença de políticos importantes do Estado Novo, foi rejeitada pelos que a consideravam "americanizada". Dois meses depois, no mesmo palco, Carmen foi aplaudida entusiasticamente. No mesmo mês gravou seus últimos discos no Brasil, onde respondeu com humor às acusações de ter esquecido o Brasil e ter se "americanizado". Em 3 de outubro, voltou aos Estados Unidos e gravou a marca de seus sapatos e mãos na Calçada da Fama do Teatro Chinês de Los Angeles.
Entre 1942 e 1953 atuou em 13 filmes em Hollywood e nos mais importantes programas de rádio, televisão, casas noturnas, cassinos e teatros norte-americanos.
Em 1946, Carmen era a artista mais bem paga de Hollywood e a mulher que mais pagava imposto de renda nos EUA. Em 17 de março de 1947 casou-se com o americano David Sebastian, de Detroit. Antes, Carmen mantivera romances com vários astros de Hollywood e também com o músico brasileiro Aloysio de Oliveira, integrante do Bando da Lua. Antes de partir para a América, Carmen namorou o jovem Mário Cunha e o bon vivant Carlos da Rocha Faria, filho de uma tradicional família do Rio de Janeiro. Já nos EUA, Carmen teve casos com os atores John Wayne e Dana Andrews.
O casamento é apontado por todos os biógrafos e estudiosos de Carmen Miranda como o começo de sua decadência física. Seu marido, antes um simples empregado de produtora de cinema, tornou-se empresário de Carmen Miranda e conduzia mal seus negócios e contratos. Também era alcoólatra e teria estimulado Carmen Miranda a consumir bebidas alcoólicas, das quais ela logo se tornaria dependente. O casamento entrou em crise já nos primeiros meses, mas Carmen Miranda não aceitava o divórcio, pois era uma católica convicta.
Desde o início de sua carreira americana, Carmen fez uso de barbitúricos para poder dar conta de uma agenda cansativa. Tornou-se dependente de vários remédios, tanto estimulantes quanto calmantes. Por ser também usuária de tabaco e álcool, o efeito das drogas foi potencializado.
Em 3 de dezembro de 1954, Carmen retornou ao Brasil após uma ausência de 14 anos. Seu médico brasileiro constatou a dependência química e tentou desintoxicá-la. Ficou quatro meses internada em tratamento numa suíte do hotel Copacabana Palace. Carmen melhorou, embora não tenha abandonado completamente drogas, álcool e cigarro. Os exames realizados no Brasil não constataram alterações de freqüência cardíaca.
Ligeiramente recuperada, retornou para os Estados Unidos em 4 de abril de 1955. Imediatamente começou com as apresentações. Fez uma turnê por Cuba e Las Vegas entre os meses de maio e agosto e voltou a usar barbitúricos.
No início de agosto, Carmen gravou uma participação especial no programa televisivo do comediante Jimmy Durante. No decorrer de um número de dança, sofreu um ligeiro desmaio, desequilibrou-se e foi amparada por Jimmy. Recuperou-se e terminou o número. Na mesma noite, recebeu amigos em sua residência em Beverly Hills. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas canções para os amigos presentes, Carmen subiu para seu quarto para dormir. Acendeu um cigarro, retirou a maquiagem e caminhou em direção à cama. Um colapso cardíaco fulminante derrubou-a morta sobre o chão. Seu corpo foi encontrado pela empregada na mesma noite. Tinha 46 anos.
Aurora Miranda, sua irmã, recebeu na mesma madrugada um telefonema do marido de Carmen Miranda avisando sobre o falecimento. Aurora Miranda passou então a notícia para as emissoras de rádio e jornais. Heron Domingues, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, foi o primeiro a noticiar a morte de Carmen Miranda em edição extraordinária do Repórter Esso.
Em 12 de agosto de 1955, seu corpo embalsamado desembarcou de um avião no Rio de Janeiro. Sessenta mil pessoas compareceram ao seu velório realizado no saguão da Câmara Municipal da então capital federal. O cortejo fúnebre até o Cemitério São João Batista foi acompanhado por cerca de meio milhão de pessoas que cantavam esporadicamente, em surdina, "Taí", um de seus maiores sucessos.
No ano seguinte, o prefeito do Rio de Janeiro Francisco Negrão de Lima assinou um decreto criando o Museu Carmen Miranda, o qual somente foi inaugurado em 1976 no Aterro do Flamengo.

FilmografiaA Voz do Carnaval (1933) ; Alô, Alô, Brasil (1935); Estudantes (1935); Alô, Alô, Carnaval (1936); Bananas da Terra (1939); Laranja da China (1940); Serenata Tropical (1940); That Night in Rio (1941); Week-End in Havana (1941); Springtime in the Rockies (1942); The Gang's All Here (1943); Four Jills in a Jeep (1944); Greenwich Village (1944); Something for the Boys (1944); Doll Face (1945); Se eu Fosse Feliz (1946); Copacabana (1947); O Príncipe Encantado (1948); Romance Carioca (1950); Scared Stiff (1953)

Canções mais famosasAs Cinco Estações do Ano (gravada com Lamartine Babo, Mário Reis, Almirante e Grupo do Canhoto em 6 de julho de 1933); Adeus, Batucada (gravada com Orquestra Odeon em 24 de setembro de 1935); Alô... Alô?(gravada com Mário Reis e Grupo do Canhoto em 18 de dezembro de 1933); Ao Voltar do Samba (Arlequim de Bronze) (gravado com o Grupo do Canhoto em 26 de março de 1934); Boneca de Piche (gravada com Almirante e Orquestra Odeon em 31 de agosto de 1938); Cachorro Vira-Lata (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 4 de maio de 1937); Cai, Cai (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941); Camisa Listrada (gravada com Grupo da Odeon em 20 de setembro de 1937); Cantores do Rádio (gravada com Aurora Miranda e Orquestra Odeon em 18 de março de 1936); Chattanooga Choo Choo (gravada com Bando da Lua e Garoto em 25 de julho de 1942); Chegou a Hora da Fogueira (gravada com Mário Reis e Diabos do Céu em 5 de junho de 1933); Chica-Chica-Bum-Chic (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941); Como "Vaes" Você? (gravada com Ary Barroso e Regional de Pixinguinha e Luperce Miranda em 2 de outubro de 1936); Cuanto Le Gusta (gravada com Irmãs Andrews e Orquestra de Vic Schoen em 29 de novembro de 1947); Disseram Que Voltei Americanizada (gravada com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940); E Bateu-Se a Chapa (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 26 de junho de 1935); E o Mundo Não Se Acabou (gravada com Regional Odeon em 9 de março de 1938); Eu Dei (gravada com Regional Odeon em 21 de setembro de 1937); Eu Também (gravada com Lamartine Babo e Diabos do Céu, em 5 de janeiro de 1934); Goodbye, Boy (gravada com Orquestra Victor Brasileira em 29 de novembro de 1932); I Like You Very Much (Ai, Ai, Ai) (gravada com Bando da Lua em 5 de janeiro de 1941); I Make My Money With Bananas Isto é lá com Santo Antônio (gravada com Mário Reis e Diabos do Céu em 14 de maio de 1934); Me Dá, Me Dá (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 4 de maio de 1937); Minha Embaixada Chegou (gravada com Grupo do Canhoto em 28 de setembro de 1934); Moleque Indigesto (gravada com Lamartine Babo e Grupo Velha Guarda em 5 de janeiro de 1933); Na Baixa do Sapateiro (Bahia) (gravada com Orquestra Odeon em 17 de outubro de 1938); Na Batucada da Vida (gravada com Diabos do Céu em 20 de março de 1934); No Tabuleiro da Baiana (gravada com Luís Barbosa e Regional de Luperce Miranda em 29 de setembro de 1936); O Que É Que a Baiana Tem? (gravada com Dorival Caymmi e Conjunto Regional em 27 de fevereiro de 1939); O Tique-Taque do Meu Coração (gravada com Regional de Benedito Lacerda em 7 de agosto de 1935); Primavera no Rio (gravada com Diabos do Céu em 20 de agosto de 1934); Querido Adão (gravada com Orquestra Odeon em 26 de setembro de 1935); Rebola, Bola (gravada com o Bando da Lua em 9 de outubro de 1941); Recenseamento (gravada com Conjunto Odeon em 27 de setembro de 1940); Samba Rasgado (gravada com Grupo Odeon em 7 de março de 1938); Sonho de Papel (gravada com Orquestra Odeon em 10 de maio de 1935); South American Way (gravada com Bando da Lua e Garoto em 26 de dezembro de 1939); Taí (Pra Você Gostar de Mim) (gravada com Orquestra Victor em 27 de janeiro de 1930); Uva de Caminhão (gravada com Conjunto Odeon em 21 de março de 1939); Voltei pro Morro (gravado com Conjunto Odeon em 2 de setembro de 1940).
Carmen Miranda 100 anos:
gravações inéditas homenageiam a pequena notável
Em homenagem ao centenário de Carmen Miranda, comemorado em 9 de fevereiro, a Sony Music lançou o álbum "Carmen Miranda 100 anos: Duetos e outras Carmens" uma antologia com destaque para as inéditas Camisa listrada, na voz de Elza Soares e o medley Tico-tico no fubá, Ela diz que tem e Mamãe eu quero, com Maria Alcina e o DJ Zé Pedro. O CD duplo (cada um com 14 faixas) traz duetos de Carmen com seus parceiros mais recorrentes como Lamartine Babo, Mario Reis e Silvio Caldas e releituras de outros artistas de gerações seguintes que tiveram sua arte e suas carreiras influenciadas por ela como Caetano Veloso, Rita Lee e Adriana Calcanhoto. Destaque também para as parcerias musicais entre Daniela Mercury e João Bosco, Maria Bethânia e Chico Buarque e Olivia Byington & João Carlos.